Esta exposição temática fecha um ciclo de 16, com início há precisamente 10 anos. Desde a primeira mostra do conjunto, o conceito original manteve-se: recolher e apresentar objectos, imagens, textos evocativos, materiais, testemunhos, reconstituições, instalações, evocativos do património, das tradições, das instituições, das personalidades, dos acontecimentos e das actividades com maior significado na vida da cidade e do concelho. Não esquecendo, evidentemente, o tratamento autónomo dado às diferentes freguesias. Tratou-se, em síntese, da recriação de universos representativos da memória local mais recente e determinante. Nesta mostra, destaco a variedade e a multiplicidade de objectos expostos, ao longo de quatro salas. Em algumas das 25 freguesias, a escolha recaiu sobre uma actividade económica com algum impacto (Meios, Maçainhas, Porto da Carne, Trinta). Noutras privilegiou-se o património (Valhelhas, Codeceiro, Sobral da Serra), noutras uma personalidade com significado local (Rochoso), noutras os utensílios de produção artesanal (João Antão, Pêra do Moço, Santana d’Azinha, Videmonte e Pêro Soares), ou de tradições diversas (casos da Ramela e Vale de Estrela), noutras a actividade agrícola (Marmeleiro, Rocamondo, Monte Margarida, noutras as obras de arte sacra ou popular (Codeceiro, Mizarela), noutras os objectos ligados ao culto (Panoias, Pega, Ribeira dos Carinhos, Rochoso, Seixo Amarelo, Vela), noutras ainda as tradições culturais (Pousade e Ramela). Os meus destaques vão para o fole, a bigorna e a tesoura de tosquia de João Antão, o conjunto de utensílios de tratamento e fiação manual da lã dos Meios, as vassouras de bracejo de Monte Margarida, os figurinos utilizados no Drama da Paixão, em Pousade, o moinho de pedra de São Miguel, a máquina das hóstias do Seixo, o prato medieval de Nuremburga (Valhelhas), os utensílios para o fabrico do queijo, de Videmonte, as facas do Verdugal e, claro está, os quadros da Maria Barraca.
Publicado no jornal "O Interior", em 16.10.2008
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