Reflexões, notas, impressões, apontamentos, comentários, indicações, desabafos, interrogações, controvérsias, flatulências, curiosidades, citações, viagens, memórias, notícias, perdições, esboços, experimentações, pesquisas, excitações, silêncios.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

U qui diz mulelo

"Sabes que mais, és um bluff!!!" Pensava eu que esta sentença muito pouco salomónica tinha sido a radiografia mais cruel que me trespassou a alma. Aconteceu num taxi rumo à Venda Nova, depois de uma noitada oscilante no Bairro Alto. O putativo bluff era eu, como já devem ter percebido. A sibila de serviço chamava-se... pois... era... assim como... pronto, ora bem, já sei... tinha entabulado cumbersa (esta saiu bem) com ela à saída do Esteves, após uma breve passagem pelo bar das primas. Pois o "purblema" é que eu não era o Bukovski, mas um simples aprendiz. Queria uns poemas a dar para o sórdido, mas não me saía o Rilke da cabeça. O resultado é conhecido e muitos quebrantos (quebrantos significa bater repetidamente com a cabeça na parede, ou não?) me causou na semana seguinte. Lia repetidamente o "Poema em linha recta" e sentia-me no meio dele. Até me deu na moina criar uma oração, arrojar-me na igreja mais próxima e despejar: "Meu Deus, tende piedade de mim, sou um bluff!". À última da hora, lá poupei o Criador a estas minudências e não me desloquei a nenhum templo. Lá mais para diante, a coisa passou, com uma Páscoa divertida no Alentejo, também ia uma holandesa e tal. Mas eis que, passados uns bons anos, em vez de tiros de morteiro recebi balas de canhão. Sob a forma de apreciações avulsas sobre a minha pessoa, embrulhadas em papel custaneira e atiradas aos meus pezinhos descalços. E sabem onde? Nalguns comentários chegados a este blogue, pois então! A partir deste momento, e pela primeira vez neste espaço, o que se segue não é recomendado a crianças e pessoas sensíveis (claro que ninguém, mas mesmo ninguém, diz para si próprio nestas alturas: "ai, eu sou uma pessoa sensível, espirro com facilidade, portanto, não vou ler mais"). Meus amigos, chegámos então ao ponto sem recuo. Pronto, vou despachar isto e dizer o que me chamaram esses, esses sacri, sacri pantas amónimos, ou anóninos, ou lá o que é: "invejoso", "plagiador dos títulos do luiz pacheco", "sem coluna vertebral", "asno", "lampião cabrão", "iconoclasta", "mais um no rebanho, afinal" (o "afinal" foi um murro no estômago), " intelectual" (esta doeu!), "palhaço", "o que tu querias era ter um blogue como o do...", "ignorante", "rancoroso", "lambe-botas", "monte de merda",(ughhh!), "elitista", "esse post foi autorizado pelo...?", (não era o Papa, posso assegurar!), "eu só não o insulto, seu...seu..., porque...", "só cá faltava este caga na saquinha", "papagaio", e muito muito mais... Como devem imaginar, muito alento me têm dado tamanhas manifestações de carinho. Bués, mesmo. Vejam lá que até me fizeram acreditar que, afinal, não sou um bluff...

Mais festinhas:
20.09 - «membro da "trupe de pseudo-intelecto-blogers-lectuais"» (já sou um peseudo, já sou um peseudo, lalalalala la!)

1 comentário:

  1. Gostei especialmente do "só cá faltava este caga na saquinha". A expressão é ilariante e pede uma atenção e tratamento especiais.

    Beijinhos da Mariazinha!

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