Sócrates ergueu a espada em Guimarães, mas não como epígono do rei-fundador. Ao invés, apareceu notoriamente obamizado, brandindo a palavra mágica do marketing político com efeito garantido: mudança. O que é deveras estranho, não vos parece? Como pode um partido que ocupa o poder há 13 anos (excluindo o episódico consulado Durão/Santana) invocar ainda a mudança? Mudança de quê? Com quê? Com quem? Para onde? Sócrates reencontrou o seu estilo agressivo, televisivo e autista, com que pensa repetir uma maioria absoluta que não é líquida. O país e a conjuntura internacional parecem desmentir o seu triunfalismo, mas o que é que isso importa? Não é ele que terá que ir ao polígrafo no programa "Momento da Verdade"! A encenação foi preparada ao pormenor. Para que o demiurgo transportasse o facho da verdade e qualquer contrariedade fosse reduzida a simples maledicência ou incompetência. Devidamente acompanhado pelas figuras certas, é claro. Onde pontua o sr. César dos Açores. Uma espécie de novo "querido líder" insular, e que vai ter que gastar uns milhões para ser reeleito, o que já inclui o conhecido "Kit autonómico", generosamente distribuído pela populaça. Em resumo, mais uma fábula televisiva, servida em prime time. Que inaugura um estilo, seguramente em vigor até Outubro de 2009. Com mais umas inaugurações, uns brindes de última hora e demagogia repartida qb, Sócrates será seguramente reeleito. Resta saber com que números.
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