A vidinha regressa, desta vez traz consigo o controlo remoto, impõe a mesmice, dirige a genuflexão, aconselha o gerúndio, a cabeça baixa, a vidinha, a crédito, a prestações, a espasmos, a sacudidelas, a repelões, a vidinha, sempre a vidinha, a que vai andando, a que vai fazendo, a que vai fintando, a que vai enganando, a que vai morrendo, a que nos transforma em suplicantes, a do fato que nunca está à medida, a prestamista das letras por descontar, a vidinha que faz promessas infindáveis, no meio do canto das sereias, a vidinha que empurra para as senhas de racionamento, que dá palmadinhas nas costas, que confunde, que divide, que falseia, que dá a ilusão do movimento, que mercadeia connosco como se nada se passasse, pois somos a sua mercadoria, a única.
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