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quarta-feira, 5 de março de 2008

A grande marcha

O PCP organizou uma manifestação intitulada "bifanas à jerónimo". Agora a sério, chamava-se "Marcha Liberdade e Democracia". Mais a sério ainda, esta força política deveria especializar-se em turismo sénior, na modalidade "pacote manif liberdade e democracia", sendo destinos preferenciais Cuba, China, Irão, Coreia de Norte, Líbia e Bielorrússia. Tudo incluído, é claro. Mesmo uma estadia prolongada custeada pelos respectivos Estados, num local convenientemente resguardado e à sombra. Isto sendo optimista, é claro. Segundo os organizadores, foram 50 000 os desfilantes. Suspeito que, desta vez, valeu tudo. Até os coxos e os mendigos foram requisitados. Os lares da 3ª idade da margem sul ficaram vazios. Alguns proverbiais professores "em luta" foram também vistos. Parece que os celebrantes mostraram os seus cartões, en passant. E o chefe do coreto bramiu umas palavras de ordem contra a "ofensiva aos direitos dos trabalhadores", o "grande capital", "as políticas de direita" e outras frases evangélicas. O rebanho acatou, ergueu o punho, agitou umas bandeiras, entoou vários hinos, fez as genuflexões da ordem em honra dos "partidos irmãos" e das "lutas contra o imperialismo" (FARC incluída) e... bom, para já, não me ocorre mais nada. Desde Novembro de 1975, era eu um puto, que assim dou conta da força do PC.