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terça-feira, 4 de março de 2008

O emplastro

Este homem é pior do que uma dor de dentes ambulante. Este homem causa efeitos secundários fora de toda a posologia. Este homem não tem uma única ideia para o país. O seu princípio de Peter é ser um mediano autarca suburbano. Mais do que isso, é uma afronta à inteligência e à res publica. Este homem é, afinal, um subúrbio de si próprio. Este homem é uma mistura de vendedor de banha da cobra e contorcionista. Onde chega, manda um soundbyte para o pagode. Que ninguém leva a sério, a não ser ele próprio. Este homem quer desmantelar, seccionar, despublicizar, descasinar, desmedicinar, descomentarizar, desnaturalizar. Num dia quer salvar o "Estado Social", no outro quer desmantelá-lo. Este homem é um vendedor de enciclopédias que não sai do bairro que votou nele. Um líquido fefrigerador em circuito fechado, esquecendo-se que o país existe. Que precisa de alternativas. Que tem problemas complexos para resolver. Que precisa de seriedade. Que está farto de tacticismo e de faz de conta. Este homem está quase a chegar ao prazo de validade. Para muitos, seria 2009. Todavia, o mais certo é nem sequer lá chegar. Assim, já não vamos saber por quantos iria perder contra Sócrates. Os barões do seu partido já andam impacientes. Uns lamentam abertamente o investimento. Outros já vão coçando os tomates, enquanto esperam sentados que o homem caia, como diz JPP. As "bases" da carne assada, por sua vez, não vêm o seu lugarzinho ao fundo do túnel, como lhes foi prometido. Este homem, porém, cometeu um feito notável: conseguir ser o pior desastre da vida pública nacional, desde que me lembro. Pior ainda do que Santana Lopes. É obra!