O Governo acaba de aprovar uma proposta de lei anti-tabaco que, a ser aprovada no Parlamento, porá um ponto final na matéria. O país ficou pois a saber que o Ministro da Saúde tem desta uma noção próxima de "normalização sanitária", ou pior. Mas veja-se melhor o conteúdo da lei. Desde logo, concordo que se interdite a venda de tabaco a menores e o seu consumo nas escolas. Só que, a versão primitiva da proposta - que proíbe o consumo em qualquer estabelecimento de restauração ou diversão e dispensa os centros de saúde terem consultas para quem quer deixar de fumar - foi aquela que veio a ser aprovada. Ao contrário do que se esperaria, após o recuo do Ministro nesse ponto o ano passado. Já aqui tive ocasião de criticar este caminho agora formalizado pelo Governo. Com argumentos para os quais remeto. Temos então um novo Volstead Act (mais conhecida como Lei Seca) para o tabaco. Sob pressão dos sectores mais fundamentalistas e histéricos. Onde pontuam um ou dois médicos e ruidosos activistas. Que gostam de aparecer na TV com um discurso neo-pidesco em relação ao que o cidadão deve ou não fazer para combater o seu deficit sanitário. Até vir a ser higienicamente perfeito, genitalmente irrepreensível, civicamente insuspeito, doce serventuário do novo eugenismo em marcha... Algo que nem o próprio Willheim Reich nos seus piores pesadelos poderia prever. E com uma postura digna de uma Florence Nightingale tratando dos estropiados do tabagismo. Desconhecem todos que a verdadeira saúde è cosa mentale. O Estado vem pois reforçar o controle de comportamentos por definição privados e a limitar a liberdade de circulação de quem fuma. Para quem defende que os poderes públicos se devem abster de se intrometer naquilo que os indivíduos consomem ou deixam de consumir, como vivem, com quem, etc., como é o caso do escriba, esta lei proibicionista é intolerável. Para além de vir a afectar significativamente a indústria hoteleira. Pelo que, tudo farei para ir preso da próxima vez que puxar de uma cigarrilha "Cohiba", no final de um jantar memorável num dos meus restaurantes preferidos. A defesa da liberdade pode passar por este caminho. A questão é séria e não pode ser deixada a incompetentes e a demagogos. É altura de os sinos tocarem a rebate.
publicado no jornal "O Interior"
Arranja-me um cigarro! Vá lá! lol
ResponderEliminarSó se fores a Laureen Bacall! lol
ResponderEliminarGil,
ResponderEliminarDeixa lá, que vais bem. Em vez de fumares uma cigarrilha no Borges, no 19 de Maio leva uma lista de denúncias. Terás como prémio um vale no valor de dois abortos em clínicas autorizadas, um outro com direito a preencheres um buraco numa União homossexual no Bairro de Lisboa a estas consagradas na próxima gestão camarária, e com vista para alguém do "Vip" e ainda um título que te dá direito á eutanásia ( com um último cigarro) para a tua velhice.
Valha-te S.João e Sto. António, com as tuas "Saúdes Públicas"!
André
E porque não o S. Pancrácio? Mas esse deve ser o padroeiro dos humoristas...
ResponderEliminarCaro anónimo,
ResponderEliminarEsqueci-me de que valha, além do S.João e do S.to António, também o hospital Santa Maria...e S. Júlio, dos Matos, mas só para si, anónimo.
André
Foi aprovada uma lei semelhante em Espanha. Com a diferença de que os proprietários de bares, restaurantes e discotecas poderiam optar por permitir o consumo de tabaco ou não. Desde que fosse reservada uma área para não fumadores. Como é de prever, 90% optaram pelo fumo. Eis um bom exemplo de equilíbrio e bom senso do legislador. Mas aqui, onde o civismo tem níveis terceiro-mundistas, fazem-se leis escandinavas. Outro ponto deste diploma é o fim das consultas anti-tabágicas nos Centros de Saúde. Não é difícil de adivinhar as enormes pressões da industria farmacêutica para que isso acontecesse. Uma vez que a procura de "auxiliares" nas farmácias vai disparar e não se antevê que os preços diminuam, nem que o Estado comparticipe esses produtos.
ResponderEliminarAo que parece, o Ministro está disposto a recuar novamente nesse ponto, após reunião com o grupo parlamentar do PS.
ResponderEliminar