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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Quando estamos sós com tudo o que amamos

"Só existe uma solidão. É grande e difícil de suportar. E quase todos nós conhecemos horas em que de bom grado a cederíamos a troco de qualquer convivência, por muito trivial e mesquinha que fosse; até pela simples ilusão de uma pequena coincidência com qualquer outro ser, mesmo com o primeiro que aparecesse, ainda que assim resultasse talvez menos digno. Mas acaso sejam estas, precisamente, as horas em que a solidão cresce – pois o seu desenvolvimento é doloroso como o crescimento das crianças e triste como o início da Primavera – ela, sem embargo, não deve desconcertá-lo, pois o único que, por certo, nos faz falta é isto: Solidão, grande e íntima solidão. Mergulhar em si mesmo e, durante horas e horas, não encontrar ninguém…Isto é o que importa conseguir. Estarmos sós, como estivemos sós quando éramos crianças, enquanto á nossa volta andavam os grandes de um lado para o outro, enredados em coisas que pareciam importantes e grandes, só porque eles se mostravam muito atarefados, e porque nós não entendíamos nada dos seus afazeres."

Rilke, Cartas a Um Jovem Poeta

2 comentários:

  1. Gil,

    É bem verdade. Mas esse é um mistério do homem que uma mulher nunca entenderá, porque pode engravidar.

    André

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  2. Gil:
    Finalmente acertaste com a citação.Era este excerto que, conforme te chamei à atenção noutro comentário, estava à espera que colocasses.

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