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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Ainda têm dúvidas?

Ontem fiquei definitivamente esclarecido sobre o "vale tudo" a que, em crescendo, recorrem muitos activistas do Não no próximo referendo. Assemelhando-se, cada vez mais, a contadores de histórias de uma tele-igreja evangélica. O espisódio conta-se em poucas palavras. Depois de um serão de trabalho, liguei o aparelho de televisão. No canal Sic Radical estava a ser transmitido aquele programa um bocado idiota, em que há dois pivots num estúdio detrás de uma mesa de som, lendo sms dos espectadores e mandando uns bitaites para um público essencialmente juvenil. Só que, desta vez deparo com um "jovem" numa pose claramente clownesca. Debitando um fraseado desgarrado, mas reconhecível, a propósito da campanha em curso, para uma pequena assembleia de adolescentes presentes no estúdio. Convenci-me que se tratava de um número cómico, pois todos os indícios apontavam para tal. Às tantas, saca de um telemóvel, onde reproduziu o que era suposto serem as batidas cardíacas de um feto. Com direito a um apelativo osciloscópio no visor e tudo! Rematou com a ideia de que "se queres ser modernaço, vota não!", sem abandonar o registo paródico, tipo "olá meus, querem ver, isto é fixe, heim!", e "eu também sou jove, tão a domar?". Parecia uma sequência do TV Shop nos piores momentos! Em seguida, interveio uma senhora que participava no "debate", mas do lado do "sim", expondo as suas razões à plateia. Nada mais. Só então percebi que aquilo era "a sério". Tão "a sério" que imediatamente pensei na intervenção do "jovem" oficiante como absolutamente indicada para visionamento com fins terapêuticos na secção de afásicos de um hospital psiquiátrico, num seminário sobre marketing agressivo, para criativos de escrita humorística e, de um modo geral, para os fãs do Gato Fedorento.
Mas sobretudo para tirar as dúvidas, a quem ainda as tem, sobre quem defende o quê e como, neste debate.

5 comentários:

  1. Deve ter sido um fartote. E parece que, à ultima da hora, os defensores do não afinal preferem o NIM.Aparecendo com iniciativas legislativas à última da hora para confundir o eleitorado. Como se um referendo sufragasse leis e não fosse um indicador para a acção política!!!

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  2. É claro. É o desespero que prevalece.

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  3. Bem, se é por um comentário idiota, de um qualquer imbecil, que julgas tudo o que significa um voto "Não", então, também eu poderei basear-me no teu e na tua intolerância para dizer exactamente o mesmo.
    Abraço, Tó-Quim.

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  4. Quanto a mim, não deveria haver referendo e o assunto ser resolvido na Assembleia da República.

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  5. Por acaso vi esse programa. O tipo parecia mesmo um atrasado mental. Acho que esta campanha foi muito pobre, de ambas as partes. O melhor foi mesmo os gags do Gato Fedorento.

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