Sobre o terrorismo jihadista já aqui expus o meu pensamento. Ao que parece, no Líbano, o Hezbolah continua armado até aos dentes, desafiando tudo e todos. A generosidade do irmão sírio, traduzida em armas e dinheiro, está de pedra e cal. Por cá, a ecuménica malta do costume, sempre disposta a atirar pedras aos americanos e aos israelitas, e a condenar a "heresia" dos cartoons dinamarqueses, vai assobiando para o ar. Mas o radicalismo islâmico, e o rasto de ódio e de morte que lhe está associado, nunca será compreendido se não se tentar perceber a motivação específica do terrorista. Ao contrário do que os relativistas pensam, não são as razões ideológicas, emergindo do sub-desenvolvimento crónico do mundo islâmico, ou a falta de perspectivas para muitos jovens, o que empurra determinado "soldado de deus" para uma carnificina. É bom lembrar que os actos terroristas mais sanguinários nos últimos anos foram perpetrados por jovens confortavelmente instalados na classe média. Que antes são recrutados para um tirocínio no Iraque ou no Afeganistão, lugar para o brainstorming final. Existe pois uma motivação autónoma, auto-suficiente, alheia a factores sociais, para a violência. Que rompe com as restrições decorrentes da própria fé islâmica e afirma-se como missão redentora e inquestionável. A jihad é o ópio que tranquiliza o último vestígio de humanidade. Esse terrorista está mais próximo de Alex - o protagonista psicopata do filme Clockwork Orange - que do Corão.
Publicado no jornal "O Interior"
São mesmo morteiros tele-comandados...
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