Com as botas de trekking calçadas, mochila às costas e um impermeável para o que desse e viesse, mas sem bússola, fiz recentemente uma incursão exploratória pela blogosfera. Algumas surpresas agradáveis aconteceram. Vejamos então quais:
1. Para quem gosta de estar actualizado em matéria de software, com algumas dicas para optimizar os sistemas operativos, o Peopleware é imprescindível. Trata-se de um site que funciona como um blogue, onde são colocadas as novidades de software, informação q.b. e o respectivo link para descarga imediata. A apresentação é muito simples e intuitiva e o template do site está irrepreensível. Excelente.
2. Numa altura difícil para quem tem a sua paixão clubista pintada de vermelho, como é o caso do escriba, recomendo dois blogues: o Dianabol, editado pelo"guitarrista", o mesmo que transitou do biqueiradas. As questões são colocadas de forma séria, descontraída e irreverente, fugindo um bocado ao habitual maniqueísmo dos blogues sobre futebol, mas sem deixar de vincar uma insuspeita parcialidade; noutro registo, temos o Ser benfiquista. Um fórum mais estritamente futebolístico, onde a "clubite" está ausente, substituída por uma análise rigorosa e descomprometida da gestão, resultados e intervenientes do SLB e não só. E onde não se foge à verdade, mesmo que ela doa.
3. Por último, e num assomo de nostalgia, fui dar ao Bar Velho. Trata-se de um blogue editado por alunos da Faculdade de Direito de Lisboa, bastante participado e, embora direccionado para temas mais próximos, não se esgota aí. Recordo que, quando frequentei a Casa do Pó e Leys , ainda não havia blogues. O fervilhar de ideias e projectos tinha outros canais. Que passavam quase sempre pela distribuição de fotocópias com textos inflamados, ou por discussões intermináveis na sala da Tertúlia e...no Bar Velho. Força, pessoal.
Nota: realce para o post de João Gonçalves no "Portugal dos Pequeninos", intitulado, "A Escrita Maricas", a propósito de mais um académico de sucesso criado nas capelinhas literárias. Inspirado e arrazador. Ver aqui.
Ver anterior
1. Para quem gosta de estar actualizado em matéria de software, com algumas dicas para optimizar os sistemas operativos, o Peopleware é imprescindível. Trata-se de um site que funciona como um blogue, onde são colocadas as novidades de software, informação q.b. e o respectivo link para descarga imediata. A apresentação é muito simples e intuitiva e o template do site está irrepreensível. Excelente.
2. Numa altura difícil para quem tem a sua paixão clubista pintada de vermelho, como é o caso do escriba, recomendo dois blogues: o Dianabol, editado pelo"guitarrista", o mesmo que transitou do biqueiradas. As questões são colocadas de forma séria, descontraída e irreverente, fugindo um bocado ao habitual maniqueísmo dos blogues sobre futebol, mas sem deixar de vincar uma insuspeita parcialidade; noutro registo, temos o Ser benfiquista. Um fórum mais estritamente futebolístico, onde a "clubite" está ausente, substituída por uma análise rigorosa e descomprometida da gestão, resultados e intervenientes do SLB e não só. E onde não se foge à verdade, mesmo que ela doa.
3. Por último, e num assomo de nostalgia, fui dar ao Bar Velho. Trata-se de um blogue editado por alunos da Faculdade de Direito de Lisboa, bastante participado e, embora direccionado para temas mais próximos, não se esgota aí. Recordo que, quando frequentei a Casa do Pó e Leys , ainda não havia blogues. O fervilhar de ideias e projectos tinha outros canais. Que passavam quase sempre pela distribuição de fotocópias com textos inflamados, ou por discussões intermináveis na sala da Tertúlia e...no Bar Velho. Força, pessoal.
Nota: realce para o post de João Gonçalves no "Portugal dos Pequeninos", intitulado, "A Escrita Maricas", a propósito de mais um académico de sucesso criado nas capelinhas literárias. Inspirado e arrazador. Ver aqui.
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Gil,
ResponderEliminarAs conversas eram intermináveis, não terminaram e essa é a nossa vitória...
André
André:
ResponderEliminarSaibamos nós dar-lhe continuidade. E se assim for, a vitória não será só nossa.
Abraço
Gil,
ResponderEliminarNão tenho tido muito tempo para te escrever uma prosa sobre aquilo a que dediquei os últimos quatro anos da minha vida profissional, ou seja o Diálogo com os países islâmicos. Não gostei do teu post embora até lhe achasse graça. Mas aviso-te que deves ser exacto e profissional porque a questão é importante. Repara, por exemplo que te esqueceste duma palavra fundamental na tua tradução do discurso do Papa ( não sei se o JPP também mas o JPP não é intelectual de confiança) que aliás nem foi em italiano. Na citação do Imperador esqueceste-te da palavra "soltanto" (sómente, apenas) que faz toda a diferença. Dizer que o Maomé trouxe coisas más é coisa que os islâmicos aceitam no Diálogo mas dizer que "só'trouxe coisas más e desumanas é coisa que nenhum interlocutor com uma civilização brilhante do seu lado, aceitaria.
André
O peopleware é realmente uma feliz descoberta...
ResponderEliminarCaro anónimo,
ResponderEliminarDiga lá o que é que quer dizer com isso por favor. Significa o valor acrescentado deste paleio "livre" da Internet, em que alguma sabedoria ou experiência pessoal vem ao de cima? Se for isso, agradeço mas eu ponha-a aqui porque sou admirador do Gil que conheço há uns anitos, n=ao a ponho ao serviço de gente que não pode ou não quer dizer quem é. Já agora digo-lhe que o post do Gil sobre o bacalhau à Brás é um perfeito disparate e ele nao precisa que eu lho diga para saber o que penso. Um bom silêncio diz muito. E, depois como nos roubam o tempo, não posso andar a publicar aqui artigos que tenho de publicar noutros sítios. Mas queria saber mais, porque "ware" ainda nao me sinto. Sei por saber que tudo o que vem na Internet é fichado na Segurança e passamos a ser hardware deles. Eu explico: depois de uns paleios, registam-se as ocorrências do texto (adjectivos, advérbios e outros sinais); depois vai-se ao Google especial que eles têm e aprece lùa o nosso nome e os sites onde estivemos. É claro que isto esta mal, e quem se regista no Sol ainda faz pior.
Mas olhe, se esta na Guarda que fique bem claro com o ceu da Estrêla: eu sou do bando do Júlio Santos, com honra de Zé do Tilhado!
André
André.
ResponderEliminarAgradeço a rectificação. Há que ser rigoroso com as fontes. Em relação ao brilhantismo da civilização islâmica, é óbvio que existiu, mas no passado. Actualmente, entrou em colapso a todos os níveis. Tirando o caso de Kemal Ataturk na Turquia e de Nasser no Egipto, não houve nenhuma tentativa séria de secularização do Estado e de empreender reformas sociais e políticas, de modo a colocar o mundo islâmico na modernidade. Por outro lado, é arrepiante saber que a apresentação da ópera Idomeneo de Mozart foi cancelada na Alemanha, com medo de represálias dos radicais muçulmanos. Onde é que isto vai parar. Será que o Ocidente vai ter que negar a sua própria identidade cultural para agradar a uns quantos fanáticos? Onde é que a transigência com o medo nos poderá levar?
NOTA: quanto ao comentário anterior, devo dizer-te que criaste um equívoco enorme. O anónimo referia-se ao site de software que eu menciono do post e que se chama precisamente Peopleware.
Gil,
ResponderEliminarOra bem. Há para aí uma certa confusão. O Kemalismo na Turquia representa uma cisão do Império Otomano, muito depois de este ter deixado de se considerar Califado. O Nasserismo representa uma cisao da civilizaçao árabe-muçulmana ( que é outra coisa diferente da civilizaçao islâmica e que se bateu duramente contra os turcos como te deves lembrar do filme Lawrence da Arábia) após o período colonial. Duas coisas bem diferentes quando se trata de um importante actor na História europeia, como a Porta e de uma situação post-colonial, extra-europeia, no segundo caso. Depois, há muito outros nomes bem mais importantes de Ataturk,no islamismo moderno como Wahab na Arabia Saudita e no Sudão ou como todo o Nahdat na civilização árabe-muçulmana de que Nasser é até um fraco exemplo ( Marrocos e a Argélia talvez te sugiram mais qualquer coisa). Mas se calhar estou a ser erudito ( enquanto os outros me fazem o favor de ser ignorantes ou matarruanos). O conceito de Islao como civilização é efectivamente algo que termina com a batalha de Ankara, pouco depois do Palológo andar a penar sobretudo por causa do Ocidente, e a substituição do Império turco pelo mONGOL ( ninguém integra o império mongol no conceito de civilização islâmica. Isto quando acaba também o de Império Romano. O mal é que substituíram cultura por jornalismo, e deixaram que um cientista político, Huntington, dissesse coisas como Historiador que não é nem nunca foi, nem -- o que é pior- se reivindicou. Mas enfim...como a civilizaç=ao ocidental não é a mesma coisa que a civilização cristã, a civilizaç=ao islâmica não é a civilização asiática, árabe-muçulmana ou mediterrânica. O Islão é uma Religião, não é uma Civilização.
Quanto ao Indomeneo vê lá se te actualizas com algumas análises especializadas sobre o 11 de Setembro e vês as questões políticas que se levantam, como as da publicaçao das caricaturas na Dinamarca e na sua exploraçao pelos interessados nesta "guerra", que por exemplo n=ao sao partilhadas por um Governo de centro-Direita francês. Como sabes muito bem há caricaturistas bem mais experimentados e contundentes em França, de origem argelina e com a cabeça a prémio ( e alguns pagaram-no) pela FIS que nunca fizeram a nazistada dos dinamarqueses, como também não andam a gozar com Cristo nem com Buda, nem com os sentimentos mais profundos das pessoas. Como calculas, os imans não se costumam queixar das publicações pornográficas ou libertinas aí da Europa, em que aparece tudo mais alguma coisa, simplesmente porque não as lêem nem a comunidade por que são responsáveis as suscita.Há uma diferença clara entre liberdade de consciência e liberdade de expressão (como um objector de consciência não tem que justificar a razão da objecção mas apenas enunciá-la, um islamita não tem que se justificar para expressar a sua indignação por ver o seu enviado de Deus achincalhado num jornal público).
Falas de medo. Não te falo do medo que uma série de desgraçados, sobretudo mais escuros sentem a partir de Lyon até Novosibirsk, dos skin-heads, quando saiem à rua, sejam islâmicos, usem véu ou não.Lê os relatórios da Amnesty International.
De outro medo falas. É de quem não tem tomates porque ja nao tem nem conteúdo cultural, nem alma, por trás, para trazer gente consigo. Se bem vires, repararás que foi a Directora da Ópera que decidiu não assumir a responsabilidade, justamente quando há uma cerrada eleição na Austria e um referendo sobre imigração na Suíça.
Quanto ao equívoco, lamento...bem menor que o de dizer que o que Maomé trouxe de novo só foram coisas más e desumanas.
André
Muito bem, André:
ResponderEliminarÉ sempre inspirador escutar as tuas palavras. Todavia, no essencial, não desmentiste a ideia de que o mundo islâmico, com as suas várias nuances, perdeu o comboio da história.
O problema aqui é outro e já percebi qual. Tu dás uma importancia às crenças religiosas, enquanto conformadoras da sociedade, que eu não dou. Para mim são apenas opções da consciência de cada um. Tudo o que seja mais do que isso é um entrave às liberdades individuais. No limite, quando o ódio necessita de um veículo para ser exercido, para muitos a religião é o mais óbvio. Porque aí adquire uma justificação inquestionável, absoluta.
O humanismo secular e o Estado laico foram conquistas civilizacionais muito difíceis. Se essa dicotomia não tem condições para triunfar no Islão, problema deles. Mas que não queiram impôr-nos a barbárie pelo terror.
Quanto à questão das caricaturas dinamarquesas, já tomei posição na altura. Dizendo que está em causa algo por que muitos lutaram e morreram: a liberdade de expressão. E não são turbas de fanáticos que poderão dar lições sobre isso. A liberdade de consciência é algo anterior a qualquer direito reconhecido. Um islamita pode expressar a sua indignação, é claro, se vir Maomé caricaturado. Não pode é ameaçar, coagir, decretar a morte. Até porque, supondo que viste os desenhos, o humor e a representação são criações do Ocidente e que eles desconhecem.E temem, pois o riso é devastador. Por outro lado, já viste as caricaturas que lá fizeram sobre o Holocausto e sobre Israel? Alguém no Ocidente ameaçou os jornais que as publicaram?
Quanto às análises sobre o 11 de Setembro, espero que não estejas a falar sobre as teorias da conspiração, postas a circular por alguns patuscos. Essas só conseguem divertir-me. As outras vou ver melhor. Mas repara que, mesmo essas teorias são iguais a qualquer outro subproduto criado no âmbito de uma espécie de novo-riquismo espiritual que invadiu o Ocidente. Basta lembrares-te da invasão dos livros sobre enigmas históricos que invadiram as livrarias.
O autor do blogue parece estar mais perto da realidade. Não se pode transigir com a chantagem de quem não admite a diferença. A forma como eles tratam as mulheres é elucidativo do seu grau de progresso.
ResponderEliminarPassei por aqui e li com interesse os argumentos de parte a parte. Sobre a matéria, seria interessante reproduzir um post de António Ribeiro Ferreira em "O Estado do Sítio":
ResponderEliminar"O Papa decidiu fazer uma série de comentáriosa sobre o Islão. Está no seu direito. Como os islamitas têm todo o direito de fazerem comentários sobre o catolicismo. Mas o que se está a passar mostra como este mundo ocidental tem o que merece. Quando aceitam censurar desenhos sobre Maomé e se põem a carpir como virgens ofendidas quando os terroristas islâmicos e outros começam aos berros; quando justificam as barbáries, os bandidos, os massacres e o terrorismo islâmico; quando propõem o diálogo com bandidos que vivem na Idade Média e nada de nada trouxeram ao mundo há muitos séculos; quando tudo isto acontece e se vê tanta gente no mundo ocidental de cócoras e cheia de medo sempre que alguém exerce o seu direito a exprimir livremente opiniões, é caso para dizer que esta civilização de liberdade e direitos humanos está em perigo se ficar nas mãos da esquerda e de uma certa direita cobarde. Perante as ameaças, as manifestações, os gritos, o folclore, a única resposta é a firmeza na defesa dos nossos valores, como o da liberdade de expressão. Gostem ou não os senhores e senhoras que livremente são islamitas."
Bom, tenho aqui debate para muito tempo, do qual não disponho.
ResponderEliminarVamos ao que salienta.Chamar patuscos às diversas Comissões cívicas, judiciais e do Congresso dos EUA sobre o 11 de Setembro que exigem reabertura do processo, que contestam o relatório e que exigem esclarecimentos, é ser um grande patusco. E não conhecer os EUA. Infelizmente não te adianta ler muito, pois terias que te especializar sobre isso e não num blogue generalista, porque a maior parte das coisas são classificadas e não tens acesso a elas. É essa a liberdade de expressão, se fosse total, ninguém governava e e esse o Governo onde vives, não sendo eu a criticá-lo pois nao estou a ver a altenativa (os nazis fartaram-se de matar mas os comunistas ainda mais).
Sobre as crenças religiosas formarem as civilizações, não penso ter dito que Maome sabe mais que Cristo ou este que Buda, ou Sócrates que eles todos. Limitei-me a um giro pelo conceito de civilização e referi-me aos sentimentos religiosos das pessoas. Vamos lá repetir: a civilização islâmica terminou pelo menos no Mediterrâneo, como sistema mundial (Braudel, Wallerstein) pouco antes do Império Romano (do Oriente) com a derrota dos turcos por Tamerlão, o Mongol, em Ancara.Ficaram elementos , as civilizações combinaram-se, a árabe-muçulmana caíu sob o jugo colonial e a Turquia integrou-se completamente na Europa, embora vocês nao queiram. Não tiveram Renascimento, também não tiveram os ortodoxos mas como vocês todos sabem, a imensa maioria dos Historiadores europeus deixou de considerar a Idade media como um tempo de trevas. A China, que era, de longe, a maior Economia do Mundo no Séc. XVIII, pouco depois começou a ser invadida. Triunfou o sistema mundial europeu. Até quando? As análises estão a decorrer e nem a China, nem a Rússia, nem a índia, nem os Terceiro mundistas que restam, nem os muçulmanos políticos parecem estar de acordo.%é UM ROR DE GENTE;
Claro que isto para nao falar nos desenvolvimentos recentes da História e da periodização, da Arqueologia e da leitura da História feita por Historiadores externos à Europa que não tinham sido traduzidos ( só para te dizer, problemas classicos da Matemática ocidental, provavelmente resolvidos pelos islamitas na Índia estão segundo a Academia de Ciências dos EUA inevitavelmente a perder-se por serem inscritos em exemplar único).
Por isso, perder o "combóio da História" e expressao pouco científica, que não se usa na História. O número de Doutorados em Ciências ditas exactas aumentou enormemente no Irão, depois do kHOMEINY assim como os quadros de honra muçulmanos em diversas Universidades prestigiadas do Ocidente.
Sobre a liberdade de expressão, e preciso que se veja bem isso da liberdade, coisa pouco científica na tradição ocidental, criadora de alguns dos mais brilhantes determinismos do património intelectual da Humanidade, como o Agustinsmo,o Calvinismo, o Darwinismo ou o Marxismo. A liberdade é instrumental, faz-se algo com ela, a partir de certo momento o que se fez limita a liberdade ( nao pertenço a nenhuma das correntes acima indicadas e não digo que a margem de liberdade fica determinada pelo que se fez). Ora, percentagem imponente na grande luta pela liberdade de expressão e no número dos seus mùartires, foram as causas que eram expressas, fossem sociais, morais ou estéticas. Essas ficaram e muitas delas, é verdade que calaram as vozes contrárias, como aconteceu com o comunismo, mas que também aconteceu com a Democracia do tipo dito ocidental.
Falar agora dos islâmicos, pelo que dizem alguns, que nao têm nem Papa, nem Patriarca de Atenas, nem Sínodo evangelico, além de me fazer ter reacções que n=ao descrevo, faz-me lembrar o que se dizia há uns anos de israelitas, palestinianos, resistentes franceses, resistentes ucranianos, Ministros alemães, dirigentes de países do Terceiro-Mundo,generais que decidiram Hiroshima e Nagasaqui ou Dresden, os quais se sentam à mesa donde todos comemos.
Não me cabe a mim censurar-vos, cada um e livre de pensar, mas cabe-me não acreditar na vossa sinceridade ou duvidar do vosso esclarecimento.
Finalmente sobre as mulheres. O grande problema, meus caros que não lidais com essas coisas, é que a imensa maioria dos que incitam ao fundamentalismo, sao mulheres e jovens. Tratem vocês das vossas mulheres ( da prostituição, da Pornografia, da pedofilia, do trafico de leste) e deixem as mulheres de outros lugares tratarem delas.
Ainda outras: dizer que o Islao desconhece o humor é, como tu gostas de dizer ( para não dizer mais)...escolhe uma: inaceitável ou inqualificável?
Sobre as caricaturas, já se disse tanto, que basta o que disse. Vê os caricaturistas franceses anti-fundamentalistas.
Sobre o que eles fizeram das caricaturas do Holocausto... ouvi de uma exposiçao-provocação no Irão, como eles fazem ha muitos anos e ouvi de uma indecente. Não ouvi noutros países...mas caramba, basta abrir os portais nazis e nunca mais acaba.
Sobre a citação de um blogue: nao vou discutir aqui o Papa, já o fiz antes e tem de ter um lugar à parte, porque ele é Rei eleito da comunidade transnacional a que pertenço. Mas olhe o citador que a Direita nao é covarde, a Direita e responsavel e à Liberdae de expresssão justapõe a Responsabilidade. Quem abriu as fronteiras de par em par, com grande irresponsabilidade foi a Esquerda.Precisavam de sensações exóticas...
André
Comentando o post propriamente dito, achei um piadão ao tal professor Frederico Lourenço. Sobretudo quando ele declara urbi et orbi: "O meu Verão passou-se em fervorosa releitura dos meus dois autores preferidos: o divino Marcel e o divino Thomas". Não é tão querido?
ResponderEliminar"Pensar é como andar à chuva", já dizia o Alberto Caeiro. Então, ainda bem que há quem prefira molhar-se do que andar irrepreensivelmente seco. Com um bem a propósito módico de humildade, o escriba nomeia onde começou a sua vontade de andar à chuva: "O Discurso da Servidão Voluntária" de La Boétie, um amigo de Montaigne, morto jovem e decerto porque os deuses amavam. Este escriba passou então a creditar em utopias, em que cada um possa ser senhor do seu destino, onde as regras derivariam directamente da necessidade e da inocência. Daí o desdém por movimentos supostamente religiosos, onde a rigidez histérica serve só para mascarar uma vacuidade, um abismo de poder. Ora, à medida que o poder “desaparece”, a nossa vontade de poder deveria ser o desaparecimento.Mas não, para os fanáticos do Islão, o poder que desejam expandir tem uma legitimidade divina, de que eles são os executores. Para isso, contam com uma espécie de má-consciência ocidental, que dá cobertura a este tipo de delírios de ordem patológica. Não ter medo desta praga obscurantista é o mínimo que podemos fazer.
ResponderEliminarCrendo que as várias posições sobre o assunto ficaram suficientemente explícitas, agradeço a participação dos que aqui intervieram, e especialmente ao André.
Não deixo de manifestar a minha indignação com a frase do anónimo que se intitula André - até aí me parecendo ser uma pessoa bem informada - quando diz para não nos preocuparmos com as mulheres "deles", mas sim das "nossas". E que, ao fim ao cabo, são elas que aparecem à frente a defender a causa islamita. O patético senhor Yossuf Adamgy, que apareceu no último prós e contras na RTP não diria melhor. Falo do tal que afirmou que, ao fim ao cabo, eram elas que aceitavam livremente a lei islâmica. Ora, em primeiro lugar. devo dizer que o anónimo está muito mal informado. Há movimentos de mulheres criados nalguns países islâmicos com um papel activo na luta contra o estatuto a que são submetidas. Todos os dias aparecem nos jornais denúncias de mulheres que foram perseguidas e obrigadas ao exílio por não terem aceite as regras. Por outro lado, o anónimo parece também padecer de alguma ingenuidade: será que não percebeu que os fanáticos metem as mulheres em primeira linha nas manifestações enquanto operação de marketing para "Ocidente ver"? Fazem-no, aliás, da mesma forma que usam escudos humanos no sul do Libano. Por último, misturar a pornografia e a pedofilia com isto é de muito mau tom. Como mulher, estou farta deste tipo de moralistas que relativizam tudo à medida das suas conveniências argumentativas. E que normalmente, dizem uma coisa e fazem outra. Conheço o Gil relativamente bem e creio que, neste ponto, pensa da mesma maneira que eu. E que só por uma questão de boa educação e deferência para com alguém que creio amigo não respondeu como agora o faço.
ResponderEliminarVejo que o debate nao acaba e tenho de por o motor em cruise mode. Tenho de conciliar o vicio da Internet, com o da honestidade.
ResponderEliminarPrimeiro nao sou anonimo. Sou Andre de baptismo, mas fica por aqui. Depois, eu nao disse as mulheres deles (leia bem) porque nao penso que as mulheres sejam de ninguem mas sao certamente de uma cultura e de uma Historia, como nos somos todos. Esta ee uma questaao de geenero, nao me arrogando eu a inventar uma classificacao de tipo anglo-saxoonico e impoo-la.Mas nao ee verdade que o conceito individualista de Mulher ou de Homem, ou de criancca ou de velho, ou de ser humano seja universal. Naao posso discutir isto aqui, nem pedir-lhe um cartaao de identidade para saber com quem estou a falar ( um dos males da Internet e que nos atomiza ainda mais) mas o que se passa ee que os paiises islaamicos teem muito suporte feminino e isso naao e apenas propaganda. Haa movimentos contraditoorios, ee verdade mas mesmo em paiises como o Egipto, a contribuicaao das mulheres, sobretudo maaes, para o fundamentalismo ee notaavel. Devo lembrar-lhe que a invenccao da intangibilidade do dote da mulher ( a sua independencia do patrimonio familiar) ee de Maome, bem como a do casamento temporario do xiismo, muito antes de se admitir o divorcio no OCIDENTE. Claro que comparar o estatuto da mulher no Islaao com o Ocidente ee aparentemente faacil mas aao deixa de ser importante o gigantesco melhoramento que a Sharia representou no seu tempo, em relaccao a questooes de genero, quanto ao que se praticava na jAWILLYA da zona( paganismo)e do valor acrescentado que tem a situaccoes de desordem sistemaatica como no tribalismo africano.Quando comparo o problema com a exploraccao das mulheres em civilizaccooes que dizem defendee-las, arrisco-me, sem ter os nuumeros aqui, que as questooes de geenero no Ocidente e arredores, ligadas aa pedofilia e a industria pornograafica bem como a outros traaficos ligados ao Geenero saao neste momento, proporcionalmente mais graves que as questooes de geenero em paiises islamicos modernos ou desenvolvidos ( ee curioso como as estatisticas independentes da Sida em paiises fundamentalistas daao numeros pequenos). A qustaao de geenero existe, as diferenccas entre homem e Mulher saao inegaaveis e teem de ser respeitadas pela Lei, assim como a Natureza, a Historia a tradiccao e as grandes minorias. Um igualitarismo demagoogico ee injusto serve apenas para satisfazer as ideias e projectos de algumas elittes privilegiadas, capitaneadas muitas vezes por mulheres notaaveis mas desiquilibradas. E eu me penitencio, quando digo que devemos cuidar das nossa questooes de geenero ( a expressao as nossas mulheres, que, essa sim, utilizei naao tem nada de mal mas de afectivo, como a nossa esposa, a nossa mae, a nossa irmaa) esquecendoo que devemos cuidar tambem das nossas questooes transcendentais e civilizacionais, que destruiram a familia, a Patria e nos ameacaam destruir a personalidade, se nao mesmo a civilizacaao ( no meu tempo, os actores censurados vinham representar para a rua mas os actores priviligiados da Opera alema, teem medo de lutar por um ideal, porque o subsituiram por um status). Ora estas questooes passam muito pelo equacionar sobre os fins duma uniaao entre Generos e sobre a nossa natureza biologica, tambeem em termos eeticos. Infelizmente, devido a uma maa escolha de fundamentalistas religiosos ocidentais, a poliitica dominante entendeu favorecer o tradicionalismo islamico, primeiro, em luta contra o modernismo comunista e agora reciclaa-lo para excitar o orgulho europeu separando-o do seu bercco mediterranico e do seu tercco islaamico. Infelizmente a revolta terceiro-mundista, que nao se espelhava nem no Ocidente nem nos sovieeticos, encontrou uma alavanca no islamismo radical que naao tem cometido tantos actos terroristas como antigos movimentos de guerrilheiros de extrema-esquerda, soo por que ainda naao tem tempo suficiente. Por isso, essa tendencia que ja vi no Gil de igualar Castro, Chavez, Morales e Ahmadinejad quando as relaccoes reais que estes teem entre si, saao ridiculas, me parece pura demagogia. Infelizmente, o que acontece ee que as desigualdades no Mundo naao pararam de crescer e os paises do terceiro Mundo encontarm-se em situacooes dez vezes piores do que estavam ao dealbar da independeencia.E essa a ralidade e David atira com o que lhe vem aa mao na luta contra Golias.
Naao seja ingeenua minha cara amiga com quem vee na TV. Se calhar ee demasidao nova para saber de toda a geraccao de intelectuais portugueses e espanhois que se ligaram e estudaram o islamismo ( ou ate se converteram) e que naao saao convidados para a RTP.Se me reconhece a provavvel boa informaccao, use com maturidade a termo ingenuidade.
Quanto ao que diz naao precisa de falar pelo Gil. Se ele decidiu encerrar o debate, respeita-se o dono do blogue. Se o quiser reabrir penso que tera de tomar outro formato. Tudo isto saao regras que os islamicos sabem, por exemplo e que noos perdemos na democracia. Mas sabiamo-las muito bem, porque nem a sanha destruidora da Revoluccao francesa nem a escravatura libertina as conseguiu destruir.
Andre