Fui espiolhar a blogosfera egitaniense. E não é que apanhei algumas surpresas, convenientemente graduadas pelo interesse que suscitaram! Passemos então à degustação, começando pelas entradas: "Sobre(o)viver", de Júlio Seabra. Aí se pode encontrar um texto intitulado "Guarda com horizontes". Um panegírico que fala por si:
Em menos de um ano de mandato de Joaquim Valente, os egitanienses já viram tornadas realidade algumas propostas assumidas sob palavra de honra, que este assumiu no seu manifesto autárquico, aquando da sua eleição a 9 de Outubro de 2005. (...) Joaquim Valente sabe da importância destas premissas, a nível interior e exterior, e tem apostado, com sucesso, na realização de acções culturais, recreativas e desportivas, que dão mais vida à cidade e ao concelho. (...) Veja-se aqui o resto.
Provadas que foram as entradas, alguns apontamentos:
1º O autor devia ser contratado para relações públicas da Câmara, ou, no mínimo, escrever os editoriais do seu Presidente nas habituais folhas de propaganda. De que é que está à espera, sr. Engenheiro?;
2º deve com certeza haver uma relação - tão óbvia que me escapa - entre o Mundialódromo (?), a Volta a Portugal, a animação de Agosto e a descida da taxa de desemprego ( segundo dados do Director do IEFP-Guarda, reproduzidos num jornal local e sem confirmação por outras fontes). Já para não falar na subida dos níveis de auto-estima, medidos à saída dos espectáculos das Festas da cidade por uma equipa de psicólogos amadores orientados pelo Prof. Karamba (o tal que anda aí a distribuir papelinhos nos pára-brisas, garantindo expeditivo remédio para um sem fim de maleitas, desde dor de corno a hemorróidas);
3º A tal animação deve ter sido um êxito, mas então não percebo como é que, num dia à noite que passei pela Praça Velha no momento em que estava ser projectado um filme na Mediateca, o público se resumia ao técnico e a duas funcionárias da Biblioteca;
4º Em qualquer tempo e lugar há sempre quem se dedique às prestimosas apologias da"situação". O wishful thinking é sempre o mesmo: vá lá, todos juntinhos em volta do chefe, ele está cheio de ideias para nós, ele vai salvar-nos, cerrem fileiras com "intervenção verbal e física", ou com "palavras optimistas e com novos horizontes". Sejamos claros: também penso que a Guarda necessita urgentemente de uma estratégia de desenvolvimento ambiciosa, de uma imagem. Não acredito é que estas realidades se atinjam com unanimismos, mas com consensos entre quem pensa de modo diferente. Se assim não fôr, corre-se o risco de as opções políticas a tomar serem permanentemente bloqueadas e que contributos críticos iconoclastas sejam catalogados como discurso pessimista. Se assim não fôr, está aberto o caminho ao carreirismo e ao grau zero da política.
Ainda nas entradas, apareceu um prato chamado "Do alto da serra". Trata-se de um blogue marcadamente pessoal e de inspiração territorial (não confundir com regional). Revelam-se os gostos do autor - gastronomia, viagens, acontecimentos populares, Tony Carreira, Festival Jovem da Canção Religiosa e, acima de tudo, Festas da Cidade. Neste ponto, o "guardador de rebanhos" revela uma irreprimivel satisfação pelo retorno das Festas ("o regresso às origens, ao que era bom") salientando que "o povo anda contente" por aqueles dias. Aproveita então para lançar uma farpa assassina ao TMG, lembrando o "buraco que cavou em ano e meio". Adivinhando-se a juventude do Autor, e até algum esclarecimento, é arrepiante observar a fixação pelo gosto mediano, para não dizer pimba.
(continua)
Ver anterior
Provadas que foram as entradas, alguns apontamentos:
1º O autor devia ser contratado para relações públicas da Câmara, ou, no mínimo, escrever os editoriais do seu Presidente nas habituais folhas de propaganda. De que é que está à espera, sr. Engenheiro?;
2º deve com certeza haver uma relação - tão óbvia que me escapa - entre o Mundialódromo (?), a Volta a Portugal, a animação de Agosto e a descida da taxa de desemprego ( segundo dados do Director do IEFP-Guarda, reproduzidos num jornal local e sem confirmação por outras fontes). Já para não falar na subida dos níveis de auto-estima, medidos à saída dos espectáculos das Festas da cidade por uma equipa de psicólogos amadores orientados pelo Prof. Karamba (o tal que anda aí a distribuir papelinhos nos pára-brisas, garantindo expeditivo remédio para um sem fim de maleitas, desde dor de corno a hemorróidas);
3º A tal animação deve ter sido um êxito, mas então não percebo como é que, num dia à noite que passei pela Praça Velha no momento em que estava ser projectado um filme na Mediateca, o público se resumia ao técnico e a duas funcionárias da Biblioteca;
4º Em qualquer tempo e lugar há sempre quem se dedique às prestimosas apologias da"situação". O wishful thinking é sempre o mesmo: vá lá, todos juntinhos em volta do chefe, ele está cheio de ideias para nós, ele vai salvar-nos, cerrem fileiras com "intervenção verbal e física", ou com "palavras optimistas e com novos horizontes". Sejamos claros: também penso que a Guarda necessita urgentemente de uma estratégia de desenvolvimento ambiciosa, de uma imagem. Não acredito é que estas realidades se atinjam com unanimismos, mas com consensos entre quem pensa de modo diferente. Se assim não fôr, corre-se o risco de as opções políticas a tomar serem permanentemente bloqueadas e que contributos críticos iconoclastas sejam catalogados como discurso pessimista. Se assim não fôr, está aberto o caminho ao carreirismo e ao grau zero da política.
Ainda nas entradas, apareceu um prato chamado "Do alto da serra". Trata-se de um blogue marcadamente pessoal e de inspiração territorial (não confundir com regional). Revelam-se os gostos do autor - gastronomia, viagens, acontecimentos populares, Tony Carreira, Festival Jovem da Canção Religiosa e, acima de tudo, Festas da Cidade. Neste ponto, o "guardador de rebanhos" revela uma irreprimivel satisfação pelo retorno das Festas ("o regresso às origens, ao que era bom") salientando que "o povo anda contente" por aqueles dias. Aproveita então para lançar uma farpa assassina ao TMG, lembrando o "buraco que cavou em ano e meio". Adivinhando-se a juventude do Autor, e até algum esclarecimento, é arrepiante observar a fixação pelo gosto mediano, para não dizer pimba.
(continua)
Ver anterior
Espero pelo prato principal...
ResponderEliminarNão sabia que havia tantos cibernautas na gélida egitana...
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