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sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Os netos de Estaline

Conheço os métodos do PCP desde a minha participação na vida associativa na Faculdade de Direito de Lisboa. Na altura, integrei uma lista não alinhada que venceu as eleições para a Associação Académica. No seguimento, elementos da JCP (na altura, como hoje, não suportava juventudes partidárias, qualquer que fosse a sua origem) tomaram a lista por dentro, subvertendo-a completamente. De tal forma que, sem esforço, aqueles elementos puseram a circular nos meios da AAL e nos corredores partidários que aquela Direcção era da sua cor. Houve quem reagisse e eu fi-lo com vigor, numa célebre reunião, onde se pedia a cabeça dos elementos ligados à JCP. No entanto, evidenciando uma capacidade de mobilização impressionante, os "submarinos" ganharam a votação por dois votos. E assim, ficaram a governar sozinhos, como é de calcular. Seguiu-se um período de demagogia impressionante, em que os lobos vestiram a pele de cordeiro, nunca assumindo a sua filiação política. Utilizando a célebre estratégia de tutelar a contestação e a irreverência vivida no interior do mundo universitário, instrumentalizando-a seu bel-prazer. Como é de prevêr, muitos cairam no engodo, servindo, sem saber, desígnios puramente partidários. E assim se conseguiram manter no poder durante 5 anos. Sobre os tais métodos, fiquei na altura devidamente esclarecido.
Ora, soube-se que este ano as FARC, uma organização terrorista colombiana - assim classificada pela União Europeia - estiveram presentes no Pavilhão Internacional da Festa do Avante, a convite do PCP. Quer este, quer os convidados vieram dizer que, na verdade, a presença das FARC foi perfeitamente "normal" e o repto foi dirigido ao jornal oficial daquela organização, a revista "Resistência". Got the idea? A iniciativa desencadeou uma onda de indignação, um abaixo-assinado na blogosfera e embaraçou o Governo.
Lembro que esta organização, em 2001, raptou Ingrid Betancourt (na foto) candidata à presidência colombiana. Situação que se mantém, apesar da pressão internacional para a sua libertação.
Para rematar, leia-se aqui a história exemplar de Anabela Fino, militante do PCP, "jornalista" e membro da Direcção do Sindicato dos Jornalistas. De resto, a luminária é também chefe de redacção do jornal "Avante". Onde escreve coisas como esta. É espantoso como uma organização cada vez mais próxima do "Ensaio sobre a cegueira" ainda pretende dar lições de democracia a toda a gente. É caso para dizer, só há duas categorias de pessoas que, haja o que houver, nunca mudam os seus métodos: antigos seminaristas e comunistas.

3 comentários:

  1. O problema do PCP é demográfico. Quando acabar a geração dos heróicos lutadores anti-fascistas, acaba o partido.

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  2. Li o tal artigo da Anabela Fino. A mulher parece uma picareta alucinada. Será que essa gente acredita mesmo em tudo aquilo que diz? Custa-me a acreditar...

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