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quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Viagens - 2

A Psychotria viridis (na foto) é um arbusto da selva amazónica que os índios usam na preparação da ayahuasca. Existem cerca de 700 espécies de Psychotria na América, muitas delas frequentes na bacia amazónica. São arbustos ou árvores pequenas de folhas simples, opostas e inteiras. No Peru chamam yajé a uma variedade de Psychotria viridis de 2 a 3 metros de altura, com folhas de 10 a 20 cm de longitude, por 5-7 cm de largura. São lanceoladas ou ovaladas. As flores deste arbusto são pequenas e de cor branca.
Descobriu-se DMT no cérebro humano, pelo que se a sua simples possessão fosse ilegal todos seríamos delinquentes. Mesmo sendo a DMT ilegal, as plantas que a contêm são legais e algumas podem ver-se nos parques e jardins públicos, como varias espécies de Acácia, muito comuns e apreciadas na jardinagem ornamental. Todos os anos descobre-se um novo vegetal que contem dimetil triptamina (DMT), pelo que se torna inútil a erradicação desta substância.
Com o uso da ayahuasca, fala-se da purificação e conexão à fonte regeneradora da saúde, atravessando as profundidades inconscientes até à iluminação que desfaz abismos. É como aprender a nadar com a consciência expandida nos fractais da criação, no tecido pulsante de todas as interacções presentes. Confluem os sinais do corpo, do lugar e das mentes que que vagueiam nesse momento. Um local amplo, à noite, são factores propícios a esta experiência terapêutica e visionária, que se expande a partir da quietude e se articula através do canto, por exemplo. O grande vazio criador mostra as suas energias, a que se pode atribuir vários nomes (Lao Tsé preferiria o de Tao, ou Mãe do Universo). As lutas do mundo dos espíritos, as meditações extáticas povoam a noite, despoletadas por cada som, cada gesto mais longínquo.

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