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sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Diário de um tolo - 7

Ser ainda como se já não fosse buscar no meio da chuva uma textura nova quando o dia é noite e a noite é dia gritar por todos os primeiros instantes de um novo tempo buscar o lugar a voragem a lucidez um alfabeto o sangue no meio das palavras as cinzas de um deserto as ruas vazias a dor de todas as ruas vazias ah ser como se já não fosse encontrar a morada de uma vida inteira a solidão estendendo-se como um lençol uma lâmpada acesa para os navios que nunca hão-de zarpar murmurar uma última canção para os olhos e adormecer quella sí lontana sorrise e poi si tronò all'eterna fontana mas há pouco a fazer quando no horizonte só há destroços talvez um arremedo de santidade ah ser como se já não fosse eis finalmente o dique que erigi para me salvar da enxurrada que aí vem pernoitar na doçura tão breve de um coração atónito. Areia. Areia e mais nada. Que venham as águas.

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9 comentários:

  1. Então o D Sancho era negro?

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  2. Caro Anónimo:
    Por mim, podia ser negro, amarelo, cinzento, às bolinhas ou côr-de-laranja, desde que a qualidade dos textos, da representação e dos figurinos, bem como e a escolha criteriosa do roteiro seguido sejam realmente convincentes. Acontece que não sei se são ou não, pois ainda lá não fui nem tenciono ir. Mas fica a ideia.

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  3. Alguém sabe do Gil?

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  4. cá para mim foi para um mosteiro budista e não vai aparecer tão cedo

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  5. Ou então a vender enchidos de porco no Irão...lol

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  6. Também podia ter entrado na clandestinidade...O que é pena. Num país de vendidos, faz falta quem não o pode ser por natureza...

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  7. será que foi raptado pelos intelectuais desenvolvidos?

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  8. Como ainda ninguém falou no assunto, queria só realçar a terrível beleza deste texto.

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  9. Caros amigos, visitantes e incendiários de passagem:
    citando Nietzsche, "o que não nos consegue destruir só nos pode tornar mais fortes".

    Obrigado.

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