passam os rios
como deuses
e as mãos revelam-se
no seu refúgio de areia.
passam os deuses
como sombras iluminadas
e logo se desenham nos álamos
bocas caiadas de verão.
passam os dias
como flâmulas cinzentas,
batalhas, frutos, searas
e um torpor longínquo
e amante nasce
uma insaciedade humana
cresce como o ganges
nas nossas veias
e torna-se imensa
como os deuses
como os rios
in "Labirintos"
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