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domingo, 28 de maio de 2006

PÓS - POEMA (2)

passam os rios
como deuses
e as mãos revelam-se
no seu refúgio de areia.

passam os deuses
como sombras iluminadas
e logo se desenham nos álamos
bocas caiadas de verão.

passam os dias
como flâmulas cinzentas,
batalhas, frutos, searas

e um torpor longínquo
e amante nasce

uma insaciedade humana
cresce como o ganges
nas nossas veias
e torna-se imensa
como os deuses
como os rios

in "Labirintos"

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