(continuação)
Por outro lado, a administração da RDP, por instâncias do Governo, decidiu suspender, desde 1 de Junho, a emissão em onda curta do serviço internacional. Chamado a prestar declarações à Comissão para a Ética, Cidadania e Comunicação da Assembleia da República, o Ministro da tutela, Miguel Relvas, veio justificar a medida. Para o efeito, baseou-se em três argumentos: redução de custos, sendo a onda curta uma "tecnologia obsoleta e muito cara" (sic); baixos índices de audiência, conclusão retirada da ausência de protestos pela interrupção circunstancial da emissão nessa frequência, devido a uma avaria, ocorrida anteriormente; por último, ser o fecho da onda curta uma prática seguida por estações radiofónicas de referência, dando na circunstância o exemplo da Deutsche Welle. Entretanto, o tema mereceu forte contestação da comissão de trabalhadores da RDP e da oposição parlamentar. Por seu turno, o Provedor do Ouvinte da RDP, Mário Figueiredo, tem contestado energicamente a decisão. Quer nas suas comunicações difundidas nas emissões, quer na audição junto da Comissão referida da AR. Onde chegou a afirmar que o encerramento do serviço tinha por detrás a especulação imobiliária dos terrenos onde funciona o emissor. O Provedor desmontou, um por um, os argumentos do Ministro. A saber:
Por outro lado, a administração da RDP, por instâncias do Governo, decidiu suspender, desde 1 de Junho, a emissão em onda curta do serviço internacional. Chamado a prestar declarações à Comissão para a Ética, Cidadania e Comunicação da Assembleia da República, o Ministro da tutela, Miguel Relvas, veio justificar a medida. Para o efeito, baseou-se em três argumentos: redução de custos, sendo a onda curta uma "tecnologia obsoleta e muito cara" (sic); baixos índices de audiência, conclusão retirada da ausência de protestos pela interrupção circunstancial da emissão nessa frequência, devido a uma avaria, ocorrida anteriormente; por último, ser o fecho da onda curta uma prática seguida por estações radiofónicas de referência, dando na circunstância o exemplo da Deutsche Welle. Entretanto, o tema mereceu forte contestação da comissão de trabalhadores da RDP e da oposição parlamentar. Por seu turno, o Provedor do Ouvinte da RDP, Mário Figueiredo, tem contestado energicamente a decisão. Quer nas suas comunicações difundidas nas emissões, quer na audição junto da Comissão referida da AR. Onde chegou a afirmar que o encerramento do serviço tinha por detrás a especulação imobiliária dos terrenos onde funciona o emissor. O Provedor desmontou, um por um, os argumentos do Ministro. A saber:
1º  a emissão em onda curta não custa, nem de perto nem de longe, o que diz  Relvas. Se se quer reduzir nos custos, não é fechando uma emissão que  decorre da própria concessão de serviço público e que é um imperativo  constitucional. Até porque, há dois anos a empresa fez um investimento  considerável no emissor de Pegões. Não foi certamente pensando em  encerrá-lo a seguir. 
2º  A  avaria mencionada foi breve e só privou da audição das emissões uma  pequena parte de África. Não se esperaria que o facto motivasse uma  manifestação dos cidadãos prejudicados à frente da sede da Administração  da RDP. A alegada ausência de protestos vale pois o que vale. 
3º  É falso que a Deutsche Welle tenha encerrado as emissões em onda curta.  Pelo contrário, desde há pouco, dispõe igualmente de emissões em  português. A BBC segue as mesmas pisadas,desconhecendo-se qualquer  desinvestimento na matéria por parte deste colosso.
4º  O universo alcançado pela RDP Internacional abrange as comunidades  nacionais pelo mundo e os países lusófonos. Significa isto que a  audiência é vastíssima. E que, caso se concretize o fecho da emissão,  ficará, em muitos casos, privada do único meio disponível de informação e  de ligação a Portugal. Trata-se pois de um serviço público na acepção  plena do termo: insubstituível, intransmissível e universal. E sobretudo  de um poderosíssimo meio de difusão da língua e cultura nacionais. O  seu fim é um verdadeiro crime.
 
 
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