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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Pecado original

Muitos participaram nas habituais transumâncias estivais de e para as ocidentais praias lusitanas, durante os meses de Julho e Agosto. São manadas e manadas entupidoras do comércio, da areia, da paciência, das estradas, dos mercados, das ruas, dos cafés, dos serviços, do sossego. Há quem chame isto de férias... Alguns já declararam mesmo, para os devidos efeitos, o fim do Verão. Talvez porque se sintam ainda aquém da Taprobana. Ou porque quiseram transformar o fim do "seu" Verão numa categoria universal. Tudo hipóteses (de trabalho), é claro. Seja como for, está aí à porta o magnífico e inspirador mês de Setembro. Propício a delíquos poéticos, caminhadas redentoras com a vieira a orientar, longas exposições aos tons dourado-acastanhados pré outonais e leituras a propósito. O mês onde, como bem notou Eugénio de Andrade, "tudo estava calmo / céu, lábios, areias...". A demora convém ser longa. Sem esquecer uma passagem furtiva pela vinha, ou pelo pomar. Espreitar a sua úbere e perfumada generosidade. Trincar a maçã. Dar graças por esta trégua momentânea entre os homens e Deus.

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