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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A vida dos outros

Neste local, ou neste, poderão aceder a várias escutas telefónicas efectuadas a Pinto da Costa e João Loureiro, no âmbito do processo "Apito Dourado". O primeiro, regressado agora das sombras e retomando o discurso fracturante e sibilino que o tornou célebre, diz-se vítima de um ataque sórdido. Sem perder a compostura, note-se. A perda do controle do "sistema", a descredibilização do seu estilo e, sobretudo os êxitos desportivos da concorrência (leia-se Benfica) estão a deixar este homem fora de si. Acompanham o desespero a matilha e homens do gatilho que o rodeiam. E, por efeito de dominó, os seus aliados de conveniência. A podridão que este senhor e seus apaniguados impuseram ao futebol no nosso país desde há quase 30 anos, está a chegar ao fim. O estertor final do polvo, antes da implosão, adivinha-se. Mas antes, vejam e ouçam atentamente os registos. Por momentos, percam as ilusões. Desfaçam-se da inocência. Saboreiem esta instrutiva mostra da saga "a realidade tal como ela é". Ou seja, o lado B da virtude. E que belo naco siciliano! Mesmo que se pareça com o esgoto niilista segredado a Rastignac por Vautrin, o sinistro celerado de "O Pai Goriot" de Balzac. "Não há princípios, mas acontecimentos, o homem superior, etc." A lição podia começar por aí. Mas aqui, mesmo o realismo cínico do "Leviathan" de Hobbes ficaria à porta. É outra coisa. Mais perto de uma putrefacção moral e criminal que ficará impune. Até ver.

Nota: a propósito das alminhas mais preocupadas com o conhecimento público das escutas do que com aquilo que elas revelam, ler este apropriado texto.

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