Na minha modesta opinião, "Manual dos Inquisidores" é o último grande livro de Lobo Antunes. O que veio depois assemelha-se, digamos, a um exercício de austeridade monástica para enganar a morte. Refiro-me à ficção, é claro. Pois que as crónicas são outra conversa. É precisamente aí, na incursão ágil e intensa, na concisão fotográfica, que o autor melhor se revela. Mostrando-nos assim o seu portefólio particular ainda "em tosco". Envolvendo-nos numa cumplicidade onde reinam a empatia e a comoção. É por isso que recomendo sem restrições a leitura da sua última crónica, publicada ontem na revista "Visão". Chama-se "Vacilantes rostos do passado" e está aqui.
Só li livros do Lobo Antunes pós "Manual dos Inquisidores" que foi o primeiro que li. Os últimos comprei-os (vício terrível), comecei a ler, fiquei a sensação de estar a ler outra vez o mesmo (embora não saiba dizer porquê), e não consigo ir além das 20-30 páginas. Ainda assim tenho curiosidade de ler os romances que antecedem o Manual. Quanto às crónicas, concordo em absoluto, «são outra conversa». Abraço
ResponderEliminar