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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Soltas

1. A GlaxoSmithKline, empresa que forneceu as milhões de vacinas contra a gripe A (H1N1) que o Estado português acaba de adquirir, não dorme em serviço. Cada embalagem contem 10 doses. Logo que aberta, essas unidades têm que ser ministradas na totalidade e num curto espaço de tempo, pois não há forma de serem conservadas. Imagina-se o desperdício que isto não vai causar, Já para não falar nos possíveis efeitos secundários, ainda não desmentidos de forma cabal pela comunidade científica. E sobre os quais aqui me debrucei. Entretanto, a comunicação social lá vai fazendo pela vida, criando um clima pré-apocalíptico na melhor tradição milenarista.
2. Os eleitores do Estado do Maine, nos EUA, acabam de chumbar uma proposta legislativa que permitiria o casamento entre pessoas do mesmo género. Tornando-se assim o 31º onde propostas semelhantes foram rejeitadas por consulta popular. Recorde-se, ainda assim, que este Estado é conhecido pelas suas tradições liberais. E que agora revelou um grande bom senso, apesar de uma forte campanha dos lobbies do "sim". Eis uma demonstração simples e clara de soberania popular. Que os nossos esquerdistas iluminados têm enorme dificuldade em aceitar. No entanto, sabe-se que o casamento homossexual está entre as prioridades deste Governo. Apesar de termos sido ultrapassados pela Eslováquia no ranking da UE, da corrupção galopante e de o desemprego aumentar assustadoramente. Portanto, adivinha-se uma votação à socapa na AR, com os deputados da esquerda de polegar para cima e muitos comunistas, ao arrepio da viril tradição estalinista, sentindo que estão a engolir um sapo vivo. Para satisfação da restauração dedicada ao segmento "festas, casamentos e baptizados". Mesmo assim, para mim o assunto tem um interesse limitado. Seria muito mais interessante discutir o casamento poligâmico (o que faz todo o sentido num país com um território em grande parte islamizado durante 400 anos e que resolveria a célebre equação binária do cantor Marco Paulo), ou a produção, venda e consumo de drogas leves, sem restrições. Neste caso último caso, prometo que estaria na linha da frente.
Publicado no jornal "O Interior"

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