Reflexões, notas, impressões, apontamentos, comentários, indicações, desabafos, interrogações, controvérsias, flatulências, curiosidades, citações, viagens, memórias, notícias, perdições, esboços, experimentações, pesquisas, excitações, silêncios.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O papão

O Bastonário da Ordem dos Médicos veio, em boa hora, sossegar o país acerca da gripe A H1N1, mais conhecida como, simplesmente, "A". Segundo ele, a doença é "banal e pouco letal". Algo que nos EUA os especialistas já tinham concluído taxativamente há algum tempo atrás. Pedro Nunes criticou ainda o excesso de zelo e o alarmismo inusitado que têm acompanhado a doença em Portugal. Criando um cenário virtual de pandemia, nunca desmentido pelo Ministério da Saúde. Quem sabe se para desviar as atenções de outros problemas bem mais reais. Por outro lado, a comunicação social fez o que lhe competia: atear a fogueira e alimentar o clima de pânico, sem qualquer preocupação profiláctica ou de rigor profissional. Basta acrescentar, como exemplo, que, na cidade onde vivo, a entrada nas urgências de uma criança com os sintomas da doença foi motivo de reportagem alargada da SIC. Onde não faltaram sirenes, basbaques e declarações dos próprios familiares... Por outro lado, o negócio dos toalhetes e dos desinfectantes naturalmente prosperou. É claro que o correspondente reforço, em grande escala, de hábitos de prevenção sanitária, constitui um activo fundamental para a saúde pública. Um dado positivo, portanto, embora não iluda a questão de fundo. Que culmina, como é sabido, na prevista campanha de vacinação, dirigida em primeira linha para os "grupos prioritários". O medicamento, do qual o estado português já adquiriu três milhões de doses, já havia sido objecto de fortes criticas no seio da comunidade científica. Uma notícia saída no "Correio da Manhã" de 17 de Setembro vem, entretanto, dar conta dos efeitos extremamente perigosos do uso da vacina. Mais concretamente, a síndrome Guillain-Barré, que causa paralisia, insuficiência respiratória e pode levar à morte. Está pois na hora de o Governo reformular o plano de combate à doença.

Sem comentários:

Enviar um comentário