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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O Estado da Nação

"O País está a afundar-se com muita rapidez e os maiores responsáveis são o PS e, nos últimos anos, José Sócrates. Muita gente que beneficia do poder socialista faz tudo para ocultar esta realidade, mas, desde 1995, que Portugal é governado pelo PS com excepção de pouco mais de dois anos. Ou seja, o PS moldou as políticas governativas em 12 dos últimos 14 anos. Não há nada que possa iludir esta realidade. Por muito que o PSD também tenha responsabilidades na situação actual de Portugal, e algumas terá, ninguém as pode comparar às do PS. Se o País empobreceu, se o País está cada vez mais longe da Europa, se o País não cresce, se a agricultura, a indústria, as empresas, as escolas, as universidades, a justiça, a segurança social, a economia e a sociedade, a cultura e o bem estar conhecem uma crise, a responsabilidade primeira é do PS, com uma responsabilidade acrescida por ter governado em dois momentos excepcionais, no governo Guterres com uma das conjunturas internacionais mais favoráveis, e no governo Sócrates, com uma maioria absoluta, um Presidente responsável e uma oposição enfraquecida (...) Quer num quer noutro caso, as oportunidades foram perdidas. Eu não gosto da expressão, mas, do governo Guterres, após milhões e milhões de contos (contos não euros) recebidos e que se esfumaram sem se saber como, saiu-se de “tanga”, e do governo Sócrates, pior porque a nossa dívida ultrapassa todos os limites aceitáveis. Pior ainda, com Sócrates saímos zangados uns com os outros, cansados da política, descontentes com a democracia, sem esperança, com enormes custos sociais, sem destino, confusos. O PS desbaratou todas as oportunidades, porque as suas opções governativas, a incompetência dos seus governantes, as suas concepções do Estado e do exercício do poder eram erradas e são erradas. Nas eleições que agora se vão realizar, o PS vai de novo propor as mesmas políticas e naturalmente, se ganhasse, continuaria o declínio de Portugal na mediocridade e na pobreza (...). Na verdade, os nossos socialistas são mais jacobinos do que socialistas. Os socialistas hoje são jacobinos modernos, convencidos que são donos do Estado e do País, e que são melhores, mais racionais, mais progressistas do que todos os outros. (...) Não queremos a patetice das “causas fracturantes”, uma cópia deslavada da agenda do Bloco de Esquerda, cujo único objectivo é tornar igual o que é diferente, obrigar pela lei a que a sociedade seja menos plural, e que responda a diferentes valores e a diferentes opções de vida. Por detrás de um aparente progressismo, o que há é a obsessão de por o estado a mandar em tudo com pretexto na criação de uma sociedade falsamente laica imposta aos cidadãos, onde, em nome da igualdade, se destrói a liberdade individual e a diferença."

Pacheco Pereira, na evocação de Alexandre Herculano, em Vale de Lobos

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