Reflexões, notas, impressões, apontamentos, comentários, indicações, desabafos, interrogações, controvérsias, flatulências, curiosidades, citações, viagens, memórias, notícias, perdições, esboços, experimentações, pesquisas, excitações, silêncios.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

O novo "i"

No que toca ao debutante "i", resolvi esperar para ver. Como no póquer. Ao fim de seis lances, tantos quanto os números até agora saídos, o veredicto: seis não é a conta que Deus fez, mas já dá para o melífluo abandalhamento de uma apreciação. Pois bem, meus caros amigos, este jornal, ainda por cima diário, tirou-me do sério. Já antes tinha havido uma coisa parecida, quando saiu o 1º número do "Público", seu concorrente "sénior", há já uns anos valentes. Estava eu na Cantina Velha, à hora do café, a discutir estratégias associativas. E zás, deparo com "ele", nas mãos de alguém da mesa! Topei logo a "fitinha" do "Calvin & Hobbes". Apropriei-me imediatamente do periódico, em passo de corrida, e de forma, convenhamos, malcriada. E pensei logo: nada será como dantes, no que tange ao jornalismo luso. O "no que tange" acrescentei agora, pois queria lá eu tanger! Isso é que era bom! Querias tanger, querias? Então vai tanger para determinado local onde haja consumo obrigatório! E vou contar a história rápido, antes que aí apareça o meu primo Bruno Aleixo. Aliás, não sei se sabiam, mas quando era puto falava como ele. E até sabia uma anedota onde entrava o busto do Napoleão. E que acabava assim, depois de uma proposta extremamente desonesta, embora gorada: "o que tu querias era um busto do vencedor de Iena"! Claro que esta do "vencedor de Iena" meti agora à pressão, em vez do "marido da Josefina", prosápia esta de um gosto, digamos, pequeno-burguês. Mas não conto o resto, senão os meninos crescidos ainda coram. Sim, já que as meninas... enfim... cala-te boca. Adiante. Então e não é que as feromonas criadas por esta 1º leitura compuseram a química perfeita para um amor à 1ª vista? E que, com alguns remoques, tem durado até hoje! O problema é que agora há um rival de peso. Neste caso, a paixão não foi à primeira, mas à sexta. Todavia, a situação é esta: com a entrada em cena do "i", antevejo um menáge à trois que já me deixa água na boca. E aos costumes direi pois que tão preclara inclinação se deve ao seguinte:
1º A felicíssima arrumação em 4 blocos: opinião, radar (grande informação), zoom (reportagem, temas da actualidade, entrevista), mais (lazer, desporto, cartaz, tendências). Uma confecção que agiliza a procura, facilita a leitura, direcciona a pesquisa.
2º Um excelente naipe de colunistas e colaborasdores, tão plural quanto pertinente.

3º Opção por textos sóbrios, embora não esquálidos. Que informam com esclarecimento, mas não distraem do essencial.

4º Direccionamento para uma audiência urbana, dinâmica, com alguma instrução. Que não gosta de perder muito tempo à procura das notícias, mas que não prescinde de uma boa FAQ na ponta da língua, no que toca às respectivas áreas de interesse.
5º Opção generosa e coerente por temas associados às novas tecnologias e à web 2.0, onde pontuam as redes sociais.

6º Uma versão online que se saúda pela qualidade e pela disponibilização plena dos conteúdos. Incluindo os textos de opinião, acedidos a partir do sidebar. O portal inclui igualmente algumas ferramentas como o Twingly, inquéritos, uma plataforma de blogues e uma tag cloud.

2 comentários:

  1. Só é pena os suplementos serem um bocadinho fraquinhos...

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  2. Não sei por quê mas embirro. Suplementos só o li um, o do 1º sábado: achei francamente mau- um estranho revivalismo"Independente".

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