Este ano, no que diz respeito ao Festival Indie Lisboa, só houve tempo para ver "Film Ist. a girl and a gun", de Gustav Deutsch. Trata-se de um registo singular, a que chamaria, à falta de melhor, uma instalação cinematográfica. Uma narrativa a que o autor preferiu chamar "drama musical". Mas que, pela intensidade e vertigem das sequências, mais parece uma operação mediúnica de reinvenção do mundo, através das imagens. O filme integra a série Film Ist, projecto a que o realizador tem dado seguimento desde 1997. Neste caso, reuniu uma quantidade impressionante de registos visuais de arquivo, nem sempre com origem no cinema, todavia confinados às quatro primeiras décadas do século XX. Os textos utilizados, de autores clássicos gregos, no caso Platão (com "O Banquete"), Safo e Hesíodo, iluminam as cinco partes em que se divide a obra. Que constitui uma operação visual deveras impressiva, onde o artifício não se nota e a força genesíaca do cinema, refeito a partir do seu vigor inicial, se mostra em toda a sua plenitude.
Nota: À semelhança de outros anos, o Festival vai ter oito extensões em várias localidades do país. Este ano serão oito. Só é pena que o TMG não se tenha associado à iniciativa.
Nota: À semelhança de outros anos, o Festival vai ter oito extensões em várias localidades do país. Este ano serão oito. Só é pena que o TMG não se tenha associado à iniciativa.
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