Ana Free
http://www.anafree.homepage.t-online.de/84301/home.html
Teatro-Cine de Gouveia
14 de Março, 21.30h
A cantora é um caso sério de popularidade, a julgar pelas audiências. Ana Free é luso-inglesa e vive actualmente na pérfida Albion. A sua ascensão no mundo do espectáculo deveu-se, segundo rezam as crónicas, ao uso intensivo das novas ferramentas de comunicação da Web 2.0. A partir das quais deu a conhecer a sua música. Com especial destaque para o famigerado You Tube, onde colocou os seus vídeos caseiros, usando a sua voz uma omnipresente guitarra. Interpretava canções originais e algumas versões de standards famosos, dos Rolling Stones a Ben Harper. Pouco depois, esses clips já contavam com mais de seiscentas mil visualizações A coisa, claro está, deu que falar. E certamente os convites para gravações e espectáculos não tardariam a chegar. Pois bem, ao que parece, o seu primeiro e, até agora, único single, “In my Place!”, é um dos temas mais passados nas rádios nacionais de referência. O mediatismo deveu-se, em grande medida, à utilização do tema num anúncio publicitário de uma conhecida operadora móvel. E assim, em questão de meses, nasceu um fenómeno musical com repercussões internacionais. Os números realmente impressionam: 7,8 milhões de visitas aos seus vídeos; mais de 25.000 subscritores; number one do top português no Itunes; 62 vídeos da sua autoria no You Tube; o motor de busca do Google devolve mais de seis milhões de entradas com o seu nome! Ups! Pena é que a sua página do Twitter seja de uma pobreza franciscana. É certo que este jovem não é caso único, no que diz respeito a um semi-estrelato tão fulgurante como incompreensível. Possível graças à Web, como já se referiu. O problema está na vulgaridade musical evidenciada pela compositora/intérprete. Com possibilidade de progredir, é certo. Mas creio não vir a passar de um epifenómeno, incubado no ciberespaço e rapidamente engolido pela voragem mediática. Uma espécie de Floribela baladeira. Poderia ser diferente? Talvez, mas espero sinceramente não estar enganado, pois criações destas acontecem todos os dias. Mesmo que as inevitáveis e rebuscadas comparações com Sheryl Crow comecem a aparecer. O concerto, como se esperava, foi um delírio para os incondicionais e uma oportunidade para a rendição dos fãs de última hora. Apesar do profissionalismo e à vontade demonstrados por Ana Free. Pela minha parte, só confirmei o que já esperava.
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Teatro-Cine de Gouveia
14 de Março, 21.30h
A cantora é um caso sério de popularidade, a julgar pelas audiências. Ana Free é luso-inglesa e vive actualmente na pérfida Albion. A sua ascensão no mundo do espectáculo deveu-se, segundo rezam as crónicas, ao uso intensivo das novas ferramentas de comunicação da Web 2.0. A partir das quais deu a conhecer a sua música. Com especial destaque para o famigerado You Tube, onde colocou os seus vídeos caseiros, usando a sua voz uma omnipresente guitarra. Interpretava canções originais e algumas versões de standards famosos, dos Rolling Stones a Ben Harper. Pouco depois, esses clips já contavam com mais de seiscentas mil visualizações A coisa, claro está, deu que falar. E certamente os convites para gravações e espectáculos não tardariam a chegar. Pois bem, ao que parece, o seu primeiro e, até agora, único single, “In my Place!”, é um dos temas mais passados nas rádios nacionais de referência. O mediatismo deveu-se, em grande medida, à utilização do tema num anúncio publicitário de uma conhecida operadora móvel. E assim, em questão de meses, nasceu um fenómeno musical com repercussões internacionais. Os números realmente impressionam: 7,8 milhões de visitas aos seus vídeos; mais de 25.000 subscritores; number one do top português no Itunes; 62 vídeos da sua autoria no You Tube; o motor de busca do Google devolve mais de seis milhões de entradas com o seu nome! Ups! Pena é que a sua página do Twitter seja de uma pobreza franciscana. É certo que este jovem não é caso único, no que diz respeito a um semi-estrelato tão fulgurante como incompreensível. Possível graças à Web, como já se referiu. O problema está na vulgaridade musical evidenciada pela compositora/intérprete. Com possibilidade de progredir, é certo. Mas creio não vir a passar de um epifenómeno, incubado no ciberespaço e rapidamente engolido pela voragem mediática. Uma espécie de Floribela baladeira. Poderia ser diferente? Talvez, mas espero sinceramente não estar enganado, pois criações destas acontecem todos os dias. Mesmo que as inevitáveis e rebuscadas comparações com Sheryl Crow comecem a aparecer. O concerto, como se esperava, foi um delírio para os incondicionais e uma oportunidade para a rendição dos fãs de última hora. Apesar do profissionalismo e à vontade demonstrados por Ana Free. Pela minha parte, só confirmei o que já esperava.
Publicado no Jornal “O Interior”, em 19 de Março
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