Eles comem tudo…chamam-lhes os „takers“, os que „levam“, tudo, nos mares do Sul. E não são os ricos, pois ricos e pobres haverá até ao fim dos tempos. São aqueles que vivem do consumir, do ter mais, do competir, dum novo poder a seguir a outro poder. Até os ditos anti-capitalistas, os de Esquerda, que gostam também de consumir e de Poder, gostam sobretudo de consumir a vingança e, quando põem em prática as suas teorias, à custa de muito fuzilamento e massacre, electrificam o céu, queimam os lagos e matam as florestas, põem todos a marchar, escravizam-nos até morrerem de exaustão. Ah, deixem a pobre macaca, gritar desolada com o seu filhinho morto no regaço, deixem o pobre infeliz com a sua grandeza à beira do penhasco.Por isso tenho tanta esperança em Obama. Levará um tiro como o doente Kennedy? É mais justo interromper uma campanha para ver a avó doente que por causa da crise das bolsas. Fossem todos os especuladores ver a avó e não estaríamos assim! Eu sei que não haverá Justiça no Mundo para os desafortunados, mas de vez em quando há Esperança que é o Domingo dos pobres. E gosto deste homem, frágil e bonito, que abre as mãos grandes como quem vai lançar uma bola de basquetebol, que vem dum meio pobre de vãos de escadas e pretas gordas, de soldados rasos do Iraque, de gente sem raiz, nem origem, de gente descartável, gosto da sua magreza frágil e do seu rigor emocional. Como um iluminado de Alá na África pelada, dos griots e dos sadus, com o seu nome de Hussein que morreu a proteger o filhinho, com a sua legitimidade de Príncipe, na batalha de Kerbala contra islâmicos mais espertos que ele. E gosto do seu nome Barack, que quer dizer “abençoado” em hebreu. Ôba!, Ôba!, Abba, Abba (Pai!Pai!), como cantam os filhos dos escravos na suas procissões de Sol, do outro lado do mar, onde foram naufragar. Preto e índio sou eu, preto do Mundo, índio do Mar, agora que vem o general vodu, disfarçado de preto, para apontar o cano dos senhores das armas ao crânio gentil e frágil de Obama. Esperança, sim, do povo “Jah” de chegar à Sião de ouro onde as forças do mal não têm força porque até Maomé disse que Deus deu à gente do Preste João 9 décimos da coragem do Mundo. Talvez tu, Malcom X, tenhas agora paz, que bem a merecias e nunca a tiveste. Oxalá!
Reflexões, notas, impressões, apontamentos, comentários, indicações, desabafos, interrogações, controvérsias, flatulências, curiosidades, citações, viagens, memórias, notícias, perdições, esboços, experimentações, pesquisas, excitações, silêncios.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Os Capitalistas
André
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