Num jardim situado ao longo da principal artéria da cidade da Guarda, existe uma singular edificação decorativa. Trata-se de uma espécie de réplica das conhecidas lápides evocativas, exudando nostalgia a pataco, erguidas no Penedo da Saudade, em Coimbra. O motivo principal é um verso gravado num pedaço de granito, colado a um informe e rasteiro barroco. A quadra é retirada da "Canção da Guarda", de Júlio Ribeiro. Para além da polémica havida na altura, por causa das gralhas do texto, ressalta a fealdade do monumento. A certa altura, no meio do lirismo ornamental e esclerosado do verso, (ainda) muito cultivado no nosso país pelos pequenos e médios vates, ressalta a expressão "entalada na monstra". Entalada onde? Ups! Embora tenha passado pelo local milhares de vezes, só recentemente, noite dentro, reparei na grotesca frase. Que podia dar o mote para um filme pornográfico, no segmento "bizarrias e fetiches".
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