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segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O mistério da feira do livro desaparecida

Antes de partir para o Festival Intercéltico de Sendim, na sexta-feira, andei à procura da IV Festa do Livro, promovida pelo jornal "O Interior", incluída no arraial pimba também designado por Festas da Cidade da Guarda. Nem que mais não fosse só para observar in loco no que se tornou o desenvolvimento de uma ideia em cuja primeira concretização fui parte activa, em 2002, na qualidade de Presidente do Aquilo Teatro. Pois bem, iniciei a busca e deparei com umas barracas de comes e bebes, das quais se desprendia o característico perfume a carne e sardinha assada. O fantasma de Fernando Pessoa, evocado no dia anterior, deveria deliciar-se com o ambiente. Depois os stands institucionais do costume, ali plantados por mera marcação de território. Em pânico, devido à eventualidade de cair no raio de acção de uns altifalantes debitando o último êxito de Luís Filipe Reis, avancei com passos largos. Já basta residir nas imediações e, apesar de fugir da coisa a sete pés, não evitar estar presente um dia ou dois e apanhar com os decibéis do costume, sem que a Câmara envie uma cartinha aos moradores das redondezas pedindo desculpa pelo incómodo, como se faz em lugares civilizados. Mais à frente, cruzei-me com umas barracas onde os artesãos residentes tomaram essa qualidade à letra e lá iam dormindo a sesta ou davam a entender que faziam algo. Uma mostra de licores lá safou a má impressão recolhida. Só que Feira do Livro, nem vê-la. Seria afinal uma feira virtual, uma ciberfeira com ebooks? A ideia até parece boa, boa demais até. Seria brincadeira? Procurei bem, olhando para o relógio, pois não queria perder um acontecimento cultural a sério. Até fui perguntar à senhora dos gelados. Népia. Será que, à última da hora, mudou de local? Será que estava muito calor e foi tudo para banhos? Será que os livros derreteram com a canícula? Ignoro. Para o ano, contrato uma agência de detectives para ir à frente.

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