O escritor russo Alexandr Solzhenitsin acaba de nos deixar. Tinha 89 anos. Ler aqui notícia na íntegra. Após uma vida atribulada, foi expulso da União Soviética em 1969, tendo-lhe sido atribuído o Prémio Nobel 1 ano depois. Foi graças a duas obras suas que a extensão e o modo de funcionamento da enorme colónia penal em que o estalinismo transformou o país se tornaram conhecidos do Ocidente: "Um Dia na Vida de Ivan Denisovitch" (1962) e, sobretudo, "Arquipélago Gulag" (1973-78), a sua opus magum. O autor veio a tornar-se o símbolo por excelência da resistência ao regime soviético. Reconhecido como tal mesmo por aqueles que colocam algumas reservas em relação ao seu mérito literário. Pela parte que me toca, nunca li nenhum livro seu. Em grande parte porque a leitura de "O Zero e o Infinito", de Arthur Koestler - que relata as inacreditáveis confissões dos acusados nos processos estalinistas - me deixou definitivamente elucidado acerca da natureza monstruosa da máquina repressiva às ordens de Estaline. Seja como for, vale a pena ler este excelente comentário em "A Natureza do Mal". Até porque, como aí se conclui, "Que o seu nome seja lembrado, de cada vez que alguém receba uma convocatória de uma polícia infame."
Sem comentários:
Enviar um comentário