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quinta-feira, 12 de junho de 2008

Os talibãs de sempre

O "deslize" de Cavaco no 10 de Junho, ao falar em "dia da raça", motivou uma reacção do PCP e BE, exigindo ao P.R. um acto de contrição e 10 avé-marias por tal blasfémia. Para os comunistas, tratou-se de "uma expressão pouco compatível com os valores de Abril e o regime democrático". Os bloquistas falam em "terminologia racista e segregadora do Estado Novo". Há claramente um défice de ocupação por parte destas luminárias. Atarefadas com trivialidades, enquanto o mundo se transforma, cada dia que passa, em direcções que estas mentes ressabiadas nem sequer sonham. Os mesmos que defendem o actual estado de laxismo e facilitismo no ensino, desde que isso envolva a captação de clientelas eleitorais, que albergam grupos terroristas (as FARC na "Festa do Avante"), que se estão nas tintas se os jovens sabem quem foi Gil Vicente, o Padre António Vieira, ou Antero de Quental (que também utilizou por várias vezes a expressão "raça"), que promovem o relativismo ético e a duplicidade em relação aos fundamentalismos. Pois agora, como sempre, querem dar lições de moral, num misto do jesuitismo de Louça, com as práticas inquisitoriais estalinistas do PCP. Estes episódios têm uma virtude impagável: lembram-me quem é quem, reforçam gratuitamente as minhas convicções.

NOTA: sobre o assunto, ler este magnífico texto, no "Cachimbo de Magritte"; do outro lado, no"5 Dias", prossegue a saga deste grupinho politicamente correcto em relação ao lapsus linguae presidencial. Nota-se claramente um défice crónico de tema. É que a silly season está a chegar e estes revolucionários de vão de escada, em vez de irem limpar as armas para uma qualquer Sierra Maestra, estão mortinhos por ir de férias, como os comuns mortais. São os descendentes directos do radicalismo europeu chic, com expressão a partir dos anos 60, que consiste em as ideologias perfilhadas por cada indivíduo nada terem a ver com as suas práticas e modos de vida.

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