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sexta-feira, 13 de junho de 2008

Lido

As democracias, quando frágeis, são porta aberta para as mais ferozes reacções. Crer que os homens comuns dão valor à liberdade em desordem, à angústia de não saber o que fazer com os direitos abstractos, com as constituições, com a liberdade de imprensa e a separação de poderes é acreditar que o bom-senso, a razão e a boa-vontade comandam as sociedades. Mas não, nas sociedades modernas - atomizadas, individualistas, reivindicativas - o indivíduo comum sente-se ultrapassado, isolado e em perpétua competição pelo reconhecimento das suas qualidades. Quando se esgota, culpa a liberdade dos outros pelo seu fracasso e volta-se para as soluções holísticas. (...) As pessoas andam com medo, combalidas e angustiadas; em suma, as pessoas não gostam da liberdade nem sabem o que ela vale.

Miguel Castelo-Branco, "O Fim da primeira globalização da era contemporânea", no "Combustões"

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