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quarta-feira, 11 de junho de 2008

Acordo ortográfico? A luta continua!

Para desespero dos marxistas, a História é cega. Não encerra nenhum desígnio. O pesadelo dos promotores do acordo ortográfico é que a língua também é cega. Dispensa burocratas e deputados desprezáveis. Vasco Graça Moura acaba de publicar "Acordo Ortográfico, a perspectiva do desastre", sob a chancela das edições Aletheia. A obra reúne intervenções públicas do escritor questionando a reforma, uma das quais lida na Assembleia da República num debate recentemente aí realizado, bem como textos inéditos. Já agora, não sei em que informações se baseia Eduardo Pitta para afirmar que a maioria dos escritores aprova o acordo. Será que a sondagem se restringiu ao universo dos happy few das redacções dos jornais e do socialite lisboeta + Nuno Júdice + Lídia Jorge? Suspeito bem que sim. Duvido que quem encara a língua como o seu terreno aceite de bom grado alterar os seus hábitos linguísticos só porque convém ao Brasil.

3 comentários:

  1. Os romances de José Saramago e Miguel Sousa Tavares foram publicados no Brasil com a manutenção original da grafia de Portugal (por solicitação dos referidos autores), sem o menor prejuízo de entendimento pelo público brasileiro.

    Afirmo ainda que o português clássico nos oferece um sabor de originalidade que só faz realçar ainda mais o valor literário.

    Resumindo, não consigo entender qual o motivo da obrigatoriedade deste acordo ortográfico (mesmo sendo brasileiro) que só parece vulgarizar ainda mais este nosso mundo globalizado e sem graça.

    Sou contra!

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  2. Caro Kovacs:

    O problema está em que, quer os políticos, quer os linguistas arregimentados para o cozinhado, apresentarem a reforma como um facto consumado, sem nunca terem tentado sequer escutar os argumentos contrários.

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  3. Agora, resta ter esperança que o Cavaco vete a lei.

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