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terça-feira, 20 de maio de 2008

Acordo Ortográfico? A luta continua!

Todos as razões válidas contra este, ou qualquer acordo ortográfico, podem ser encontradas neste texto magnífico de Luís Pedro Machado, "Legislar a Ortografia?". Grande parte dos argumentos trazidos já foram elencados neste blogue. Mas no texto citado são dissecados de forma superlativa. Um excerto:

"A imposição de uma ortografia à revelia do povo que a usa pode ter efeitos desastrosos. A quantidade de intelectuais e outras pessoas que se opõem a esta reforma ortográfica devia ser suficiente para que os nossos políticos fossem mais cautelosos. Na verdade, penso que não há nenhuma lei que obrigue à adopção por privados desta ou daquela grafia. Sendo assim, os escritores, as editoras, os jornais, os cidadãos em geral podem recusar-se a deixar de usar a grafia em que aprenderam a escrever e a ler. Podemos acabar por ter meio país a usar esta grafia artificial e a outra metade a usar a actual. A acontecer, seria preocupante. Mas talvez desse caos surgisse uma norma natural e livre. De qualquer modo, o que espero é que, quer por os políticos serem tomados por uma sensatez tantas vezes ausente, quer por pressão da sociedade, este Acordo não venha a entrar em real uso em Portugal. Se os nossos governantes insistirem na asneira, podemos sempre recorrer a uma espécie de desobediência civil, continuando a escrever e a publicar com esta grafia que é nossa."

Notas: Já depois da aprovação do acordo, tenho ouvido opiniões de gente séria, apelando à resignação. Como sou um "gajo de convicções" e sei de ciência certa que este acordo é uma asneira monumental, desculpem lá, mas não me resigno. Curiosamente, aprendi no budismo que, quanto maiores as resistências, mais a sério se deve tomar o desafio lançado.

2 comentários:

  1. Desobediência Ortográfica, Já!

    Facto!
    Aqueducto!
    Philosophia!
    Camillo de Castelo Branco!

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  2. Já agora:

    nazareth
    clepsydra
    commercio

    e por falar em desobediência, o melhor é mesmo lembrar Henry David Thoreau e "Civil Disobedience"

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