Andei ontem a vasculhar pela casa, nos arrumos em forma de biblioteca, as existências do Luiz Pacheco, cuja bibliografia completa pode ser consultada aqui. O rol do que foi encontrado vai assim composto:
1. "Exercícios de Estilo"", 1973, Ed. Estampa. Esta colectânea inclui, entre outros textos, "O Teodolito", "Comunidade", "O que é o neo-abjeccionismo", "Um casto milagre", "O caso das criancinhas desaparecidas", "Conversa de três" e "O caso do bife voador".
2. "Pacheco vs Cesariny", 1974, Ed. Estampa. Reune correspondência entre ambos, de Luiz Pacheco com várias figuras do mundo artístico e editorial, e ainda fac-símiles de desenhos, bilhetes manuscritos, fotografias e manifestos colectivos, como o célebre "Caca, Cuspo & Ramela" (Pacheco, Natália Correia e Manuel de Lima).
3. "Textos de Circunstância", 1ª edição, 1977, Fronteira. Contém, por exemplo, a "Carta Sincera a José Gomes Ferreira e o panfleto "A PIDE nunca existiu". (Já vi pedir 50 euros por volume idêntico, no portal oficial não-oficial de L. P. Ups!)
4. "O Libertino Passeia por Braga, a Idolátrica, o seu Esplendor", 1992, Colibri. Tem um prefácio de Victor Silva Tavares e textos de Maria Alice Veiga Pereira, Júlio Moreira e Alexandre Pinheiro Torres.
5. "O Teodolito", "composição neo-abjeccionista", incluído na antologia "Surrealismo/ Abjeccionismo", organizada por Mário Cesariny, Edições Salamandra, (edição fac-similada da original, publicada pela Minotauro, em 1963)
6. O poema "Coro de escárnio e lamentação dos cornudos em volta de S.Pedro", incluído no volume "Antologia da poesia erótica e satírica", organização de Natália Correia, 1999, Antígona (1ª edição, 1966, Afrodite). O texto pode ser encontrado aqui.
7. Revista "Ler", nº 31, Verão de 1995, com um dossier especial dedicado ao escritor.
8. Revista "Periférica", nº8, 2004, com excerto de "Diário Selvagem" (referente a 1993, inédito) e "Luiz Pacheco em Massamá - ou retrato do escritor enquanto alcoólico", um dossier assinado por João Pedro George que inclui alguns textos dispersos de L.P., publicados em jornais.
9. Um arquivo abundante, incluindo as célebres entrevistas à revista K e a João Pedro George, a transcrição de uma entrevista inédita, efectuada pelo meu amigo Pedro Baptista -Bastos em 1994, registos em vídeo, uma reprodução da capa do panfleto "O caso do sonâmbulo chupista" e um bilhete da peça "Comunidade" (Teatro do Bairro Alto, 1988), uma encenação de José Carretas com interpretação memorável de Cândido Ferreira. (Nota: poderão ver aqui uma fotografia do espectáculo.
Agora, mais do que tecer hagiografias ou encómios de circuntância, (re)leiam o Pacheco. Dele acabará por ficar o que escreveu. A verdadeira pièce de résistance. O resto resumir-se-á à lâmpada de um novo Diógenes. Pela minha parte, já descobri material para (re)começar.
Ver anterior
Era grande o Luiz Pacheco!!!
ResponderEliminarPalpita-me que poucos dirão que o conhecem!
E que Pena!!
Abraço
Carlos Matos