Nesta curta digressão, houve tempo ainda para algumas epifanias, como passear em Carnaby Street, por exemplo. Mas sobra ainda um breve episódio. Como já calculava, em Inglaterra lê-se muito. Seja nos jardins, nos autocarros, no comboio, em sítios públicos em geral, quase toda a gente lê um jornal, um livro ou uma revista. Certa vez, na carruagem do metro onde seguia - tentando abstrair dos desesperantes e repetidos avisos "mind the gap", durante as paragens - reparei que todos os passageiros iam a ler. Todos? Não, pois do outro da carruagem provinha um diálogo na língua de Camões. Era um casal jovem que trocava umas impressões acerca de títulos académicos e doutoramentos, na perspectiva dos "esquemas" e expedientes para lá chegar. O contraste desconcertante que a situação evidenciava era por demais sugestivo. Sinalizava o fosso entre a dedicação ao conhecimento, o cultivar da dúvida que se desfaz e refaz, próprio de outras latitudes, e o saber honorífico, a erudição saloia, a ignorância encartada... Bom, eis mais algumas imagens do périplo londrino:
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