Paulo Pinto Mascarenhas vem explicar, no "Atlântico", como a palavra "mas" se tornou a predilecta na grelha argumentativa da esquerda alucinada que vamos tendo. A propósito, transcrevo uma passagem de "O que resta da Esquerda", de Nick Cohen, obra já aqui assinalada: "Apesar de todo o niilismo criado pelo fim do socialismo, não devemos subestimar as vantagens que traz para os esquerdistas a ausência de um programa político e de princípios. A filosofia deles - ou a falta dela - adequa-se ao consumismo moderno. Não é necessário dedicarmo-nos a uma visão da sociedade e testarmo-la, concorrendo às eleições. Não existem camaradas junto dos quais somos obrigados a ficar quando os tempos estão difíceis. Da mesma maneira que alguém faz compras num centro comercial, não existem lealdades nem deveres e pode-se entrar em qualquer loja que nos agrade. Tudo o que é preciso é ser contra o nosso governo e contra a América. (...) Apesar de dizer que apoia a igualdade, a corrente principal da esquerda não teve problemas em desculpar movimentos antiliberais, porque o triunfo da sua filosofia trazia com ele um legado venenoso e desesperado. Se os ditadores de um Estado estrangeiro ou de um movimento radical, ou os habitualmente não eleitos líderes de uma "comunidade" ou grupo religioso, dizem que a sua cultura exige a opressão das mulheres e dos homossexuais, por exemplo, os esquerdistas do século XX tropeçavam no pensamento de que é racista oporem-se-lhes."
Esse livro promete...
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