Fui ver as novidades no blogue do TMG. Com alguma surpresa, deparei com uma profusão nunca vista de comentários nas caixas respectivas das últimas postagens. Um sinal de que o debate não é letra morta. Todavia, dei conta de que, por vezes, o anonimato revela o melhor e o pior dos seus autores. A ilustrar a segunda hipótese, veja-se este comentário. Como se nota, até os mistificadores não faltaram à chamada, acorrendo entusiasticamente e fazendo uso dos exercícios masturbatórios a que se resume a sua endurance criativa. A prosa mais parece uma paródia a um texto do Rodrigues Migueis ou do Aquilino, um projecto de guião para um filme do Pedro Costa, ou até mesmo um editorial do jornal "A Guarda". Embora o uso indiscriminado da elipse nos transporte até Faulkner. De qualquer modo, este é dos exemplos mais felizes que tenho encontrado daquilo a que José Gil se refere como uma "não inscrição". Isto é, a ambiguidade com origem no pavor visceral que o português tem em querer conhecer as suas limitações. Sentindo-se desconfortável com aquilo que não conhece e indisponível para o que não compreende. Daí até refugiar-se no limbo do descomprometimento, na teia da virtude permanentemente negociada, na retórica estéril, é um passo lógico. Prova disso é que o resultado deste texto assemelha-se a uma colecção de obscuridades, ao produto de um esguicho solipsista. Ao que parece, com recadinhos cirúrgicos pelo meio. Como uma mensagem criptográfica. Haja paciência!
Gil:
ResponderEliminarPor este texto, nota-se que continuas a não abdicar da liberdade de pensamento e de expressão. Sendo algo que se nota cada vez mais, pois o acomodamento e o silenciamento comprometido são a regra. É a vida. Ou a vidinha, como dizes.
Cá para mim, andas a atirar pérolas a porcos. Ainda não percebeste que na Guarda ninguém quer maçar-se a debater o que quer que seja. Tudo não passa de arrufos de tasca ou de corredor e palmadinhas nas costas no final. Se queres atiçar fogos, escreve outro post sobre a Covilhã. Ao menos aí o pessoal participa, reage, discute.
ResponderEliminarRui, tenho que reconhecer que andas perto da verdade. Excepto no que toca ás pérolas.
ResponderEliminarA trupe de blog swarm que invadiu as caixas de comentários do blogue do TMG ficou bastante agitada com este texto. É porque atiraste a matar, coisa que sabes fazer muito bem... E já agora, não percas tempo com a tropa fandanga. Estás noutro campeonato.
ResponderEliminarObrigado, Pedro. Mas olha que não foi para matar, mas para atordoar. Como um bom ecologista. Melhor, para espicaçar. Esticar a corda até perceber se conseguem substituir a reacção pela acção. Já vi o que queria.
ResponderEliminarAbraço
Fui ver esse e os outros comentários desse blogue. Aquilo parece obra da mesma pessoa, assumindo vários nomes. Mais um mitómano.Recomendo que leiam um post que escreveu o Pacheco Pereira no Abrupto sobre "A fauna das caixas de comentários". Está muito bem caracterizada.
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