(via "Atlântico")
Como é sabido, enquanto o Dalai Lama visitava Portugal, no mês passado, o Governo e o PR assobiavam para o ar. Segundo Amado, havia umas negociatas com a China em risco. Convenientemente acenado pela diplomacia imperial. Parecia teatro de marionetas de má qualidade. Entretanto, aquele líder espiritual é hoje recebido oficialmente pelo presidente Bush. Com pompa e circunstância. Conclusão: quem pode pode. Quem não pode, rasteja.
não concordo.
ResponderEliminarquem não pode faz para lá chegar.
se estavam em questão negócios com a china ou da china, acho bem que o dalai lama não fosse recebido oficialmente.
A propósito do comentário anterior, que elege a realpolitik como único critério nas relações internacionais, só há que dizer o seguinte: a dignidade está fora do comércio.
ResponderEliminarcaro anónimo:
ResponderEliminara nossa dignidade há muito que foi posta à venda: veja-se o nosso amen à guerra contra o iraque.
Manuel:
ResponderEliminarNão sei a que propósito o Iraque é para aqui chamado. A não ser como bandeira de conveniência. O que está em causa é a cobardia, perante o opressor, de um Governo que se recusou a receber um líder de um povo oprimido. Será que uma coisa tão óbvia é tão difícil de entender?
posso estar a ser tacanho. mas todos os lideres de povos que se dizem oprimidos (que não é o caso) fossem recebidos, não se fazia outra coisa.
ResponderEliminarque interessa bush receber o dalai lama. a sua posição em relação ao tibete vai mudar? não estou a ver que mude. se ainda não mudou desde a invasão não é agora que vai mudar.
o que é preferível: receber e premanecer agachado ou não receber e ao menos ser coerente?
Manuel, vamos por partes:
ResponderEliminar1º Essa tua referência a líderes de povos que se dizem oprimidos estarem sempre a ser recebidos é fantástica;
2º O Tibete foi invadido em 1950. Bush é Presidente desde 2001. Como é que a sua posição poderia mudar desde a invasão?
3º Em relação ao terceiro argumento: receber o representante de uma Nação sem Estado é um acto magnânimo, uma afirmação de soberania. Sendo certo que, um verdadeiro cobarde - ao menos - é coerente, pois está sempre agachado.
4º Por outro lado, os efeitos práticos do reconhecimento, de facto, do Dalai Lama como representante na diáspora da povo tibetano, são enormes. Por não serem imediatos, não quer dizer que não existam. Mantem viva na comunidade internacional a oposição a uma anexação, seguida de um genocídio, que viola as regras mais elementares do direito internacional.O colonialismo que lhe está associado, se fosse uma potência ocidental a praticá-lo, já teria sido crucificada uma série de vazes. Ora, mantendo vivas as aspirações do povo tibetano, mais fácil se torna, quando houver condições para uma solução política, não deixar fugir o assunto da mesa das negociações. Esta batalha vence-se aos pontos, não por KO.