Lê-se no "Combustões", a propósito da trasladação dos restos mortais de Aquilino Ribeiro para o Panteão Nacional:
Este homem foi cúmplice de um crime de sangue. Fabricou bombas, traficou revólveres, participou ou teve conhecimento da matança da Família Real. A República leva-o para o Panteão. Só lá faltam o Costa e o Buiça. Bom exemplo para o Estado, a Lei, a cultura cívica e demais valores que se ensinam na escola às crianças deste país. Se não estás de acordo com a forma de governo; se o teu partido não vence pelos argumentos e pelos comícios, mata, dinamita e elimina. Que excelente escola, esta, das virtudes republicanas!
Do outro lado da barricada, temos reacções histéricas como esta. Ou insultuosas, como esta. Mais perto da opinião aqui perfilhada andou Carlos Botelho e Eduardo Pitta. Sobre os factos históricos, pouco mais haverá a dizer. Sobra a questão do mérito literário. Segundo VPV, Aquilino era um escritor medíocre. Não creio que o fosse. Li o mainstream da sua obra e não me parece que o autor de "Quando os Lobos Uivam" fosse um mero coleccionador de regionalismos. É certo que teria mais cabimento que Eça ou Camilo estivessem no Panteão. Mas Aquilino não deixa de ser um grande escritor. Talvez demasiado preso a uma imagem de conspirador ultramontano. Por culpa dos neo-realistas que o idolatraram e da habitual esquerda jacobina. Aquela que nunca o leu verdadeiramente, mas não deixou de o agitar como bandeira de conveniência. Viu-se agora neste episódio como.
Concordo, embora pense que tem dois ou três obras interessantes e o resto são remakes...
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