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segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O querido líder


Nos idos de 75, a iconografia de inspiração maoísta produzia estas relíquias. Entretanto, no Império do Meio, a Revolução Cultural lá ia reeducando os futuros educadores do povo. Com o povo himself. Há quem lhe chame um círculo vicioso, mas tratava-se mais de um quadrado. Alguns milhões de reeducandos não aguentaram a emoção de tão salutar convívio, é claro. E acabaram no Além ou no cárcere. "Detalhes", como diria outro grande líder, mais para Oeste. Pois nós tivemos o privilégio de dispor de um grande educador. Assim, à mão de semear. E ninguém quis aproveitar! Somos realmente um país de ingratos...
Não obstante, fixemo-nos no exemplo e façamos de Barthes. Olhemos para o mito e esqueçamos o pathos ideológico. Decifremos a mensagem e ignoremos o mensageiro. O que temos? Por um lado, publicidade pura e dura:
um conteúdo promocional, necessariamente subjectivo, que por persuasão ou simples sugestão, apela à sua adesão. Se lá constasse "empresa líder do mercado, aconselhada pelas principais marcas, vai fazer uma revolução nos preços", a diferença seria assim tanta? Mas há também a marca inefável de uma inocência quase escandalosa, pueril. Que afasta qualquer suspeita de filiação num programa povoado de sombras e de monstros.

1 comentário:

  1. Bingo! Parece que, em 75 ou 76, este herói esteve a educar o povo de Famalicão da Serra durante o Verão. Ás tantas foi corrido pois a pinga e o chouriço era um ver se te avias...

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