A vidinha também vai de férias, ora essa. Aliás, o que seria da vidinha sem as férias? As férias são o ovomaltine da vidinha. Esta tem que dar o braço a torcer, negando-se periodicamente a si própria para continuar a ser ainda mais vidinha. As vidiférias são o louvor anual, em letra de forma, que a ilusão do desvario presta à estrita normalidade vidinhante, o tónus revigorante que a confirma na sua glória eterna. A vidinha, durante as férias, transforma-se num pai condescendente e desembolsante. As zezinhas e os zezinhos transportadas da vidinha tornam esta uma autêntica peça de ourivesaria. Porque se a história fosse outra e não o refulgir holístico e sazonal da vidinha, as companhias escolhidas eram outras que não as da vidinha. Fiz-me entender? A vidinha em férias chapinha, passeia à noite, aventura-se, aproxima-se do risco com gritinhos de virgem, deslumbra-se com as Piazzas di Roma e os templos no país de Thai, rejubila com a cor do mar em Santorini, julga-se num filme em Petra. Mas o carrossel disneylândico tomado pela vidinha é uma fabulosa miragem, uma iridescência da miséria que obriga a quem cai no seu fulgor vidivinhante, estontinhante, braguilhante, vidillingus, tetilhante, entedilhante, viditético, copulinhante, esterquilhante, tesãomijante.
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Quando bates é mesmo para doer.
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