Nunca gostei da peça. A recente nomeação, por baixo da porta, para gerir a requalificação do porto de Lisboa, generosamente paga com a presença na candidatura de Costa, só veio lembrar-me porquê. Como advogado, é o que se sabe: defende descaradamente que o Estado deve ser cliente "natural" das grandes sociedades de advogados, como aquela de que é sócio, by the way. Enquanto Bastonário, beneficiou claramente o tipo de advocacia "socialite". Mas deixemos essas minudências. Como figura pública, é um dos ornamentos mais caricatos do regime. Escreve artigos nos jornais que mais parecem case studies de retórica sofista. O Homem não diz nada de novo, como um aluno aplicado de La Palisse. Mas as palavras enchem, enchem, enlevam, descrevem trajectos fantásticos para voltarem ao mesmo lugar. Tresandam à velha burguesia recauchutada com as prebendas do regime. São palavras que se libertaram impunemente da Verdade. Que não se tomam verdadeiramente a sério, porque não podem. Se o fizessem, seriam pura brincadeira, uma brincadeira de mau gosto. Palavras que exudam arrogância por todos os poros, uma insuportável arrogância classista. Que sugerem erudição, mas pouco mais carregam do que chico-espertismo sofisticado. Palavras que transportam consigo o sibilino canto da corrupção moral e uma ânsia desmesurada de protagonismo, bem próprias do orgiasta acaciano que, no fundo, ele é. O resto, já se sabe. Onde cheirar a influência, lá está o homem.
Gil Moreira dos Santos da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados e ex Juiz do Tribunal Plenário do Porto
ResponderEliminarCorreio da Manhã de 24 de Julho de 2007-07-24
Gil Moreira dos Santos, o conhecido advogado do Porto que defende, entre outros, Pinto da Costa e Nuno Cardoso, respectivamente presidente do FC Porto e ex-presidente da autarquia portuense, foi acusado pelo Ministério Público da mesma cidade de ofensas corporais simples a um advogado.
Segundo a acusação, a que o CM teve acesso, o causídico terá agredido um “ex-amigo”, com quem há muitos anos se desentendera, quando ambos desempenhavam funções no Conselho Distrital da Ordem dos Advogados.
Os incidentes aconteceram a 30 de Setembro de 2006, na Rua de João de Barros, na Foz do Porto, quando ambos se travaram de razões. “O arguido, mantendo sempre o ofendido agarrado pelo braço direito, empurrou-o contra a viatura e deitou-lhe as mãos às orelhas, puxando-lhas, ao mesmo tempo que lhe virava a cabeça, com um movimento rápido, o que fez com que o ofendido perdesse os sentidos e caísse inanimado no chão”, pode ler-se na acusação agora deduzida, onde o Ministério Público afirma que a vítima sofreu traumatismos nos ouvidos e na coluna, que o obrigaram a receber assistência hospitalar.
A vítima terá sido abandonada no local, sofrendo prejuízos de mais de 1000 euros (os óculos e o telemóvel que usava ficaram partidos).
Contactado pelo CM, Gil Moreira dos Santos desligou o telefone, sem sequer ouvir as acusações que sobre si recaem.