Reflexões, notas, impressões, apontamentos, comentários, indicações, desabafos, interrogações, controvérsias, flatulências, curiosidades, citações, viagens, memórias, notícias, perdições, esboços, experimentações, pesquisas, excitações, silêncios.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

O dom

Porque todo o poeta é estrangeiro. Porque nos desloca e altera. Porque nos dá uma nova casa em nossa casa, um novo horizonte ao horizonte (julgávamos nós) por demais conhecido. Porque o poeta mora na demora, mesmo quando utiliza a mesma língua que nós. O seu idioma, porém, é outro, sempre. Porque se demora na língua, nos impossíveis da língua. E no espaço que ela percorre, rio, montanha, cidade, mar. O seu dom é a atenção obsessiva. Onde deixámos de ver, ele vê ainda.

Sem comentários:

Enviar um comentário