Porque todo o poeta é estrangeiro. Porque nos desloca e altera. Porque nos dá uma nova casa em nossa casa, um novo horizonte ao horizonte (julgávamos nós) por demais conhecido. Porque o poeta mora na demora, mesmo quando utiliza a mesma língua que nós. O seu idioma, porém, é outro, sempre. Porque se demora na língua, nos impossíveis da língua. E no espaço que ela percorre, rio, montanha, cidade, mar. O seu dom é a atenção obsessiva. Onde deixámos de ver, ele vê ainda.
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