A fresta da madrugada
respira pela tua boca
ao fundo das ruas desertas.
Luz gris os teus olhos,
doces gotas da madrugada
nas colinas escuras.
O teu passo e o teu hálito
como o vento da madrugada
submergem as casas.
A cidade arrepia-se,
exalam cheiro as pedras –
és a vida, o despertar.
Estrela perdida
na luz da madrugada,
brisa que zune,
calidez, hálito -
a noite chegou ao fim.
És a luz e a manhã.
Cesare Pavese, in “Trabalhar Cansa”, Edições Cotovia, trad. Carlos Leite
grande, grande poeta
ResponderEliminar