No fundo, a sabedoria do destino é a nossa própria. Porque a acompanhamos com uma consciência incessante daquilo que, no fundo, nos é permitido fazer. Podemos estar sujeitos a algumas tentações mas nunca nos enganamos. Agimos sempre no sentido do destino. As duas coisas formam uma só.
Quem se engana é porque ainda não compreende o seu destino. Quer dizer, não compreende qual a resultante de todo o seu passado - o qual lhe indica o futuro. Mas quer o compreenda ou não, indica-lho à mesma. Cada vida é aquilo que devia ser.
Quem se engana é porque ainda não compreende o seu destino. Quer dizer, não compreende qual a resultante de todo o seu passado - o qual lhe indica o futuro. Mas quer o compreenda ou não, indica-lho à mesma. Cada vida é aquilo que devia ser.
Cesare Pavese, in 'O Ofício de Viver'
O Autor nasceu em Santo Stefano Belbo, Itália, em 1908, tendo-se mudado ainda em criança para Turim. Licenciou-se em filologia inglesa na Universidade de Turim, com uma tese sobre Walt Whitman, após o que se dedicou à tradução de escritores de língua inglesa. Passou um ano na prisão em Barcaleone, por razões políticas. Por essa altura publicou a sua primeira recolha de poemas: Trabalhar Cansa (1936), editado em Portugal pela Cotovia. Trabalhou como conselheiro editorial de Einaudi. Suicidou-se num hotel de Turim, no dia 27 de Agosto de 1950. Deixou-nos, publicado postumamente, um dos mais belos diários alguma vez escritos: O Ofício de Viver (1935-1950), ( Relógio d'água, 2004, trad. Alfredo Amorim).
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