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quinta-feira, 19 de abril de 2007

O Homem que não queria ser engenheiro


Circula na blogosfera uma história real, contada em primeira mão no "Incontinentes Verbais" e relatada, nomeadamente, aqui e aqui. A situação é tão bizarra que podia ser imaginada por Kafka, se conhecesse a nossa proverbial tendência para complicar a realidade, de modo a que o grotesco seja anunciado enquanto caricatura. Tudo começou quando um cidadão, apercebendo-se que a denominação "engenheiro civil" constava nos seus dados pessoais do banco de que era cliente, envia uma comunicação no sentido de a mesma ser substituída pela sua profissão correcta. Origina-se assim uma rocambolesca troca de correspondência, em que o banco solicita um comprovativo em conforme não é engenheiro civil. Vai daí, instala-se a confusão, com os títulos honoríficos e académicos chamados à colação. Para surpresa nossa e do reclamante, o resultado da sua saga pode ser apreciado na figura supra. Repare-se na subtileza administrativa de um engenheiro poder ter como habilitações o 12º ano. Do mal o menos: assim, o "porgama" informático do banco já não dá erro. Para alívio do "ingenhêro" que o criou, da "impresa" que o impingiu ao banco, e dos funcionários deste, para quem a realidade deverá sempre ceder perante a coerência do sistema, mesmo que absurda. Uma coisa é certa. Vivemos no país onde, não se sendo engenheiro, é mais fácil dizer que se é, sem consequências, do que provar que não se é.

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