olá, como está?
este medo de ser o que eles são:
mortos.
ao menos não andam na rua, eles
têm o cuidado de ficar em casa, esses
seres pálidos que se sentam em frente à televisão,
as suas vidas cheias de risos enlatados, mutilados.
o seu bairro perfeito
de carros estacionados
de pequenos jardins
de pequenas casas
de pequenas portas que abrem e fecham
enquanto os familiares os visitam
durante as férias
as portas que se fecham
atrás dos mortos que morrem devagar
atrás dos mortos que ainda vivem
no teu normal e pacato bairro
de ruas largas
de agonia
de confusão
de horror
de medo
de ignorância.
um cão atrás de uma cerca.
um homem em silêncio numa janela.
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