Prosseguem os ensaios da ópera "Na Colónia Penal". O cenário natural, austero, cinzento e frio, integra na perfeição os objectivos desta proposta artística única. Ao explicar ao visitante o propósito da execução eminente do condenado, diz o Oficial que chefia a colónia: "O princípio sobre o qual baseio as minhas decisões é que por trás da dúvida existe sempre a culpa". O universo profético e concentracionário de Na Colónia Penal (1919) põe em cena uma máquina que inscreve até à morte no corpo do prevaricador o preceito a que desobedeceu. O oficial que explica ao inspector visitante o seu funcionamento admirável acabará por também ele querer experimentar o mecanismo. Na sua pele, ficará escrito: “Sê justo!”.
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