No rescaldo dos resultados do referendo de domingo - já agora, o "sim" ganhou finalmente aqui na Guarda, com alguma expressão - o que tenho lido só confirma o que já suspeitava: muitos dos que alinharam no não, de tanto confundirem a opinião pública durante o último mês, acabaram por se confundir a si próprios. Veja-se este texto no 31 da Armada, por exemplo. Em vez de perceberem que o Portugal miguelista foi definitivamente enterrado e que a maior derrotada neste referendo foi a Igreja Católica e os netos de Salazar, prosseguem o tortuoso exercício sofístico de quem nada quer ver: que a grande maioria dos cidadãos querem resolver as suas questões íntimas fora da alçada do Estado; que nenhum sistema moral de convicções ou crenças, por muito representativos que sejam, se pode substituir aos demais; que triunfaram os sinais inequívocos de maturidade democrática e de recusa de um paternalismo sufocante - à margem dos actores habituais - evidenciados durante a campanha. E que não tentem agora, os sectores mais atávicos e fundamentalistas, ganhar na secretaria o que perderam na consulta popular. Voltaremos a este tema.
estás enganado godinho foi o não que venceu na guarda
ResponderEliminarCaro Anónimo:
ResponderEliminarPelos vistos, não deve andar informado. No concelho da Guarda, o "sim" ganhou com 53,90%, contra 46,10% do "não". No distrito é que ganhou o "não". Daí talvez a sua confusão.Esta vitória tem um sabor especial, numa cidade onde a influência da Igreja criou uma opressão moral e social e um manto de estupidez castradora.